A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) registrou a sua maior alta em mais de dez meses nessa sexta-feira, refletindo a reação positiva do mercado ao anúncio da reforma ministerial pela presidenta Dilma Rousseff e aos dados de emprego dos EUA, que poderão fazer com que o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) demore mais para elevar a taxa de juros do país.
O Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, subiu 3,8%, a 47.033 pontos, maior alta desde 21 de novembro de 2014. Na semana, o Ibovespa acumulou avanço de 4,9%. O giro financeiro do pregão totalizou 5,4 bilhões de reais.
Com o anúncio da reforma – uma espécie de “pacote político” para recuperar o apoio da base e a confiança dos agentes econômicos –, os investidores aceleraram a busca por papéis, em especial durante a tarde. Dilma cortou oito ministérios, acabou com 30 secretarias das pastas remanescentes, fechou 3 mil cargos na máquina pública e reduziu em 10% o salário dos ministros e o seu próprio.
Entre os ministérios remanescentes, sete foram para as mãos do PMDB. E Aloizio Mercadante foi deslocado da Casa Civil – onde tinha influência na política econômica – para a Educação. As mudanças, na visão do mercado financeiro, podem ajudar a recuperar a governabilidade. “O mercado interpreta isso como uma ação, algo que o governo não fez em nenhum momento e tinha ficado devendo. Agora cortou na carne”, afirmou o analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora.
As ações das estatais estiveram entre os papéis que mais subiram, afetadas ainda por um forte recuo nos últimos dias. As ações da Petrobras dispararam mais de 9%. O Banco do Brasil avançou mais de 6%; Eletrobras, em torno de 6%; e a Vale, de 3%. Os papeis dos bancos privados, como Bradesco, Itaú e Santander, também tiveram altas superiores a 3%.