Segunda-feira, 16 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de dezembro de 2024
Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recupera de uma cirurgia na cabeça no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, a bolsa de apostas em torno da reforma no primeiro escalão do governo tem movimentado os bastidores de Brasília e alimentado a fritura de alguns integrantes do primeiro escalão.
Por ora, apenas a saída de Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação Social da Presidência é dada como fato consumado em Brasília, mas outros ministérios devem passar por substituições no ano que vem – provavelmente a partir de fevereiro, após as eleições na presidência da Câmara e do Senado Federal, que devem mais uma vez alterar a correlação de forças no Congresso e na base aliada de Lula.
A troca na Secom deve desencadear outras mudanças, especialmente entre ministros que despacham ao lado de Lula no Palácio do Planalto. É em torno dessas cadeiras que gira a maior parte das especulações.
Isso porque uma das principais queixas de parlamentares do Centrão e até mesmo da base lulista ao longo dos dois primeiros anos de governo tem sido direcionada aos ministros palacianos, que despacham no Palácio do Planalto e cuidam de pontos sensíveis da máquina petista, como a articulação política com o Congresso e a relação com movimentos sociais, um dos pilares da sustentação de apoio ao presidente.
Depois de Pimenta, que tem como provável substituto o marqueteiro de campanha do presidente, Sidônio Palmeira, uma das trocas que está em quase todas as apostas em Brasília se daria na Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo, que hoje é ocupada por Alexandre Padilha.
Muito criticada no Congresso – o presidente da Câmara, Arthur Lira, se recusa a conversar com Padilha –, principalmente pela demora na liberação de emendas parlamentares, a articulação política pode ir para o atual ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), que é deputado federal e integra o Centrão.
Nesse caso, Padilha poderia ir para a Saúde, que já comandou durante o primeiro mandato de Dilma Rousseff, e que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada – o orçamento previsto para a pasta no ano que vem é de R$ 241,6 bilhões.
No lugar de Nísia
Médico, ele entraria no lugar de Nísia Trindade, que também tem sido alvo de uma série de queixas no Congresso – e dentro do próprio governo – pelos poucos resultados positivos em uma gestão marcada pelo desperdício de milhões de vacinas e pela alta histórica no número de casos de dengue.
O governo federal deixou vencer 58,7 milhões de imunizantes desde a posse de Lula como presidente em 2023. A perda dos lotes representa um gasto de R$ 1,75 bilhão aos cofres públicos, um recorde desde os quatro anos do segundo mandato de Lula, quando o prejuízo acumulado foi de R$ 1,96 bilhão.
Outro possível posto para Padilha seria a Secretaria Geral da Presidência, onde hoje está Márcio Macêdo. A principal missão dessa pasta é articular o governo com os movimentos sociais, de que o próprio Lula também já se queixou no passado.
Um dos episódios que marcou a gestão de Macedo foi o ato esvaziado de Lula no último Dia do Trabalhador, em São Paulo, que escancarou a falta de mobilização dos movimentos sociais em favor do presidente. O evento reuniu cerca de 1.635 pessoas, segundo “Monitor do debate político”, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.
Fora do círculo petista, o ministro da Justiça. Ricardo Lewandowski, é outro cujo destino tem sido motivo de uma série de especulações, que ele vê com certa mágoa, conforme informou o blog.
Para seu lugar iria o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, (PSD-MG), que deixa o comando da Casa em fevereiro do ano que vem e até já abriu mão de ocupar a Comissão de Constituição e Justiça, como é tradição entre ex-presidentes.
Outra possibilidade seria Pacheco assumir o lugar com o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, que também é do PSD. O partido de Gilberto Kassab tem outros dois ministérios além de Minas e Energia, Agricultura e Pesca. Mas seus líderes já mandaram recado a Lula de que, depois de se tornar a legenda que mais elegeu prefeitos em 2024, vão reivindicar a troca do ministério da Pesca por outro com maior orçamento e importância. As informações são do jornal O Globo.