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Política Bolsonarista Oswaldo Eustáquio contradiz delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid

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O teor do depoimento do primeiro anexo da delação de Cid, feito em agosto de 2023, foi publicado no último sábado. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

O militante bolsonarista Oswaldo Eustáquio, foragido de ordens de prisão do Supremo Tribunal Federal (STF), contradisse nessa quarta-feira (29), trechos da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eustáquio disse à Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, que não foi Bolsonaro, mas o próprio Cid que autorizou sua entrada no Palácio da Alvorada em 12 de dezembro de 2022. Procurada, a defesa de Cid não respondeu.

“Eu liguei para o Cid, que me convidou para entrar no Palácio da Alvorada para conversarmos rapidamente. Depois, Cid decidiu me mandar em um carro para o apartamento onde eu estava. Bolsonaro nem soube disso. Ficaria até bonito para mim dizer que Bolsonaro me convidou para entrar, mas não foi”, disse Eustáquio à Coluna do Estadão. E acrescentou: “Cid está sob forte pressão, mas eu passei pelo mesmo na cadeia e não inventei coisas”.

O teor do depoimento do primeiro anexo da delação de Cid, feito em agosto de 2023, foi publicado no último sábado, 25, pelo jornalista Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, e confirmado pelo Estadão. O material foi usado pela Polícia Federal (PF) na investigação de uma suposta articulação golpista de Bolsonaro e aliados.

Cid disse à PF que Oswaldo Eustáquio e dois integrantes do canal de YouTube “Hipócritas” — Bismark e Paulo Souza — ligaram para Bolsonaro em 12 de dezembro de 2022, durante o governo de transição, “com medo de serem presos”. Bolsonaro, ainda segundo Cid, “mandou que autorizassem” a entrada dos três militantes no Alvorada, residência presidencial, para “evitar que fossem presos”.

Naquele dia, a PF havia prendido o indígena bolsonarista Serere Xavante pelos supostos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do estado democrático de direito. Cid disse na colaboração premiada que alertou que a permanência de Eustáquio no Alvorada “poderia causar problemas”, e que Bolsonaro ordenou que um carro da Presidência levasse o militante embora.

Em outra parte do depoimento, Mauro Cid disse que Bolsonaro tinha duas hipóteses para reverter o resultado da eleição presidencial de 2022, vencida por Lula: encontrar fraudes nas urnas e convencer as Forças Armadas a darem um golpe de Estado.

Oswaldo Eustáquio é alvo de duas ordens de prisão expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A decisão mais recente foi em setembro passado. Foragido, o militante bolsonarista está morando na Espanha, onde pediu asilo político. Durante o governo Bolsonaro, ficou preso por ordem de Moraes. (Estadão Conteúdo)

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