Quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 30 de dezembro de 2022
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O futuro ministro Márcio França (Portos e Aeroportos), do PSB, escolhido pelo presidente eleito Lula, contou com apoio da suposta bolsonarista Klio Hinaro, presa nesta quinta (29) na Operação Nero, deflagrada pela Polícia Federal e Polícia Civil do DF. Klio esteve em evento com França, então candidato socialista ao Governo de São Paulo, e fez questão de registrar o momento e chamar o socialista de “nosso futuro governador”.
Estranho no ninho
O caso Klio, que era do QG em Brasília, ligou o alerta nos movimentos pró-bolsonaro. Suspeita-se de infiltrados esquerdistas e baderneiros.
Lanterninha eleitoral
Klio Hinaro é conhecida na política: disputou a prefeitura de Tupã (SP) em 2020. Com 1,17% do total, ficou em última com apenas 364 votos.
Pai famoso
O pai da manifestante é Eizi Hirano, um dos mais importantes e influentes empresários da fotografia do Brasil. Morreu em 2019.
Operação Nero
A operação deflagrada ontem foi para prender envolvidos na noite de vandalismo e tentativa de invasão da sede da PF, em Brasília, no dia 12.
Lula e PT fazem ‘conta de somar’ no Congresso
O presidente eleito Lula não terá vida fácil no Congresso, ano que vem. Se o futuro governo conquistar todos os votos de partidos presentes na Esplanada dos Ministérios, o petista terá pouco mais da metade dos votos no Senado (45) e na Câmara (265). Vai precisar muito dos partidos do centrão, que já foi quase todo “contemplado” com ministérios apenas para PSD, MDB e União Brasil. Ainda sem cargos no futuro governo, PL e PP continuarão a ser determinantes nas votações a partir de 2023.
Difícil de ignorar
Os dois maiores partidos que estarão fora da Esplanada a partir de 2023 são PL e PP. Republicanos, que apoia Bolsonaro, também está fora.
Sem conversa?
O PL de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, será o maior partido em 2023. Hospeda boa parte da oposição: 99 deputados e 14 senadores.
No aguardo
O PP do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira, será a 4ª bancada da Câmara: 47 votos.
Gente besta
Alegações idiotas como “Pelé era de direita” foram ouvidas ontem, quando se discutiu no PT o eventual cancelamento das festas de arromba da posse de Lula, dia 1º. A tendência é não cancelar.
Acerto com União
Tem digitais de Luciano Bivar, presidente do União Brasil, o movimento que garantiu o partido no ministério de Lula. Reuniu-se cedo com Lula para dissipar rebeldes no União e garantir votos na sigla para o petista.
Justiça seja feita
A escolha de José Múcio para ministro da Defesa virou uma unanimidade em Brasília. Ninguém a critica. Apesar de político talentoso, ele não é produto de indicação partidária, mas tem aval quase suprapartidário.
Conta fechada
O rateio ministerial de Lula rendeu boquinhas para nove partidos: PT liderando com 10 pastas; MDB, PSB, PSD e União Brasil, três pastas cada; e PDT, PSOL, Rede e PCdoB com uma cadeira ministerial.
Pior para o País
Uma espécie de “comitê da vingança” do PT não poupa aliados. Caso de Kátia Abreu (PP-TO), citada para a diretoria de agricultura do Banco do Brasil. Ela era ministra da pasta onde foi constatada a pedalada que resultou no impeachment de Dilma. Pior para o agro, pior para o País.
Há três governos
Quando deixou a presidência, em 2011, o então ex-presidente Lula e família passaram férias de duas semanas no Forte dos Andradas, no Guarujá. Com custos bancados pelos cofres públicos.
Terreno na Lua
Dono do PDT, Carlos Lupi avisou ao presidente eleito Lula que “aceita” o Ministério da Previdência, já que o Ministério do Trabalho foi (também) para o PT. Por enquanto, ambos ainda não existem.
Cores proibidas
O verde e o amarelo da bandeira estão mesmo banidas. Uma associação de docentes da Universidade de Brasília, aparelhada pelo PT, distribui camisetas para quem vai à posse de Lula, dia 1º. Vermelhas, claro.
Meio-presidente
Ao hostilizar quem não votou nele, dizendo que “fiquem quietinhos”, Lula mostra que pretende governar apenas para a outra metade do País.
PODER SEM PUDOR
Coerência oblíqua
Homem culto e orador brilhante, o general e deputado gaúcho Flores da Cunha discursava da tribuna da Câmara quando um deputado, Teixeira Coelho, resolveu corrigir uma frase dele iniciada com pronome oblíquo.
A resposta de Flores da Cunha entrou para os anais das melhores reações de improviso de que se tem notícia: “O senhor não tem muita autoridade para me corrigir, pois, para ser coerente, o seu próprio nome deveria ser Cheira-te Coelho!”
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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