Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de agosto de 2024
Deputados e senadores bolsonaristas utilizaram os últimos momentos da rede social X no Brasil para criticar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Já os governistas defendem que a lei tem que ser cumprida e criticam Elon Musk.
“No Brasil, não cumprir decisão judicial é crime, assim como é crime juiz não cumprir a lei. E quando juiz ignora a lei para tomar decisão (como fez Alexandre de Moraes) ela é ilegal e não deve ser cumprida (como fez Elon Musk). As regras de Alexandre não podem continuar valendo mais que as regras do Brasil!”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na rede.
Já o deputado federal Mario Frias (PL-SP) usou ironia para repercutir o argumento de Moraes de que a “a terra sem lei” da rede poderia interferir nas eleições municipais.
“O Elon Musk está preocupado com as eleições municipais. Confia”, afirmou ironicamente
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) cobrou uma reação das demais lideranças do país.
“Alexandre de Moraes, ao decidir tirar o X do País, toma a mais torpe, abusiva e anticonstitucional decisão já produzida no Brasil. Os demais ministros e o Congresso Federal não podem se calar, pois se assim o fizerem serão cúmplices deste lastimável episódio da pseudodemocracia”, escreveu.
“Playboy mimado”
Do lado governista, o deputado federal André Janones (Avante-MG) postou uma foto na academia como despedida da rede e escreveu que estava entrando constantemente no X para ver se já estava fora do ar.
“Aquela última biscoitada pra matar o gado de inveja antes dessa bosta acabar! Eu entrando aqui a cada 5 minutos pra ver se essa bosta já saiu ar”, disse.
A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) destacou que a lei precisa ser cumprida e chamou Elon Musk de playboy.
“Elon Musk não passa de um playboy mimado, prepotente e arrogante. Ele sim, apaixonado por ditaduras como a de 1964, sonha com nova interferência externa na defesa e soberania de países sul-americanos. A verdade é uma só: não existe censura no Brasil, há desobediência de um empresário estrangeiro às nossas leis. Para ele, a única coisa que importa é dinheiro e poder, custe o que custar”, escreveu.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, também se manifestou.
“E agora, Elon Musk, sestá bloqueado!!!!! Aqui no Brasil, tem lei!!!! Bye, bye!”, afirmou.
Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, afirmou que nenhuma empresa está acima das leis do país onde opera.
“Nenhuma empresa, por maior que seja, está acima das leis dos países onde opera. A empresa X precisa ter representante legal no Brasil, cumprir as decisões da Justiça, incluindo as do STF, e respeitar nossas leis, assim como as demais empresas. Somos uma nação soberana que acolhe bem os investimentos estrangeiros, mas exigimos respeito!”
Mídia estrangeira
A notícia da suspensão do X no Brasil repercutiu na mídia internacional. O The New York Times destacou que o Brasil “bloqueou” o X após o dono da plataforma, Elon Musk, se recusar a “cumprir ordens de um juiz brasileiro para suspender certas contas”. O veículo definiu a posição da rede social como o “maior teste até agora para os esforços do bilionário para transformar o site em uma praça digital onde quase tudo é permitido”.
Já a rede de TV britânica BBC relembrou que a disputa entre Musk e Moraes dura meses e destacou que o X deverá ser removido das lojas de aplicativos. O argentino La Nación definiu a decisão como polêmica e um “ultimato” para o conflito.