Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de dezembro de 2019
Além do governador João Doria (PSDB-SP) e do apresentador de TV Luciano Huck, o presidente Jair Bolsonaro acredita que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também tenta se colocar como candidato de centro-direita ao Palácio do Planalto nas eleições de 2022.
Por conta dessa avaliação, Bolsonaro coloca Maia no mesmo rol de inimigos prioritários em que classifica Doria e Huck. Para ele, o aparecimento de um candidato viável de centro-direita, qualquer que seja, pode vir a ser o maior empecilho à sua reeleição.
Além das críticas constantes ao governo, o último gesto de Rodrigo Maia que irritou o presidente da República foi sua visita, na semana passada, ao presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández.
Bolsonaro havia se declarado contrário ao candidato de centro-esquerda do país vizinho e a favor da reeleição do direitista Mauricio Macri. Em Buenos Aires, Maia disse ter levado uma mensagem do presidente brasileiro de “boa relação” com o novo governo e que o Congresso brasileiro iria atuar nessa direção.
Depois do encontro, Bolsonaro divulgou que decidiu não mais mandar um representante de primeiro escalão à posse de Fernández, marcada para esta terça-feira (10).
Outro gesto de Rodrigo Maia que levou Bolsonaro a se convencer de que o presidente da Câmara age como candidato ao Planalto foi o lançamento grupo “Centro, o Brasil em Movimento”, reunindo cinco partidos – PP, DEM, PL, Solidariedade e Avante – e uma parcela do MDB e do Republicanos.
Maia lidera o movimento. Foi ele quem indicou o marqueteiro Chico Mendez, para realizar os vídeos de campanha do grupo.
Para Bolsonaro, trata-se da primeira plataforma de campanha de Rodrigo Maia. Uma forma de o presidente da Câmara se colocar como opção de centro caso as candidaturas Huck e Doria não progridam. Ou mesmo para cacifar os partidos de centro numa aliança em 2022.
Dentro do governo, a crítica à atitude do presidente da Câmara é de que ela levará a uma disputa maior entre Congresso e o Executivo a partir do ano que vem que poderá paralisar o país.
Os líderes do Centrão, no entanto, não acreditam que haja risco de paralisação.
Segundo eles, depois que foi aprovado o orçamento impositivo, a tendência é país passar a ser gerido numa espécie de semiparlamentarismo em que os projetos serão votados independentemente da relação entre governo e Congresso.