Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2019
O presidente da República, Jair Bolsonaro, defendeu o esforço dos patrões e sugeriu a quem procura emprego que experimente ser patrão para ver a “barra pesada” que é contratar por meio das regras da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas).
“É um montão de coisas em cima de quem produz. Vive sufocado! Muita gente reclama que quer emprego e critica os patrões. Tenho conversado com o Paulo Guedes, que gostaria de apresentar um programa Minha Primeira Empresa. Essas pessoas que reclamam que não têm emprego… Vai ser patrão! Vai enfrentar uma CLT! Contrate dez pessoas com a CLT para ver a barra pesada que é. Sei como é difícil a vida dos empregados, mas a do patrão é também”, afirmou o presidente em entrevista para a jornalista Leda Nagle.
“A mesma coisa é direito trabalhista. Tudo que é demais atrapalha. Muito amor até atrapalha. São tantos direitos! O que o patrão que quer empreender faz? Contrata o mínimo possível e paga o mínimo possível. Para, quando tem uma rescisão lá na frente, ser o mínimo para você pagar”, prosseguiu Bolsonaro. Ele afirmou que o trabalhador terá que escolher entre “menos direito e mais emprego ou todos os direitos e o desemprego”.
Crise
O mercado de trabalho deu um sinal de alento para a economia brasileira, com a redução da taxa de desemprego para 12% no segundo trimestre deste ano. Já o Banco Central reduziu a taxa básica de juros para 6% ao ano. Trata-se do menor patamar desde que foi implantado o regime de metas de inflação, em 1999.
Na avaliação de especialistas, os dois fatores podem abrir espaço para a recuperação da economia do País, caso seus efeitos se mostrem mais duradouros.
As vagas informais ainda respondem por 60% das novas colocações, mas a indústria, setor que historicamente mais contrata com carteira assinada, voltou a gerar postos de trabalho: foram 319 mil, o equivalente à metade dos empregos formais criados no período.
A melhora do emprego com carteira assinada, especialmente na indústria, pode impulsionar o consumo das famílias, elemento que pesa mais de 60% no PIB (Produto Interno Bruto).
“Os dados são favoráveis e podem indicar o início de um ciclo positivo. As reformas estão na direção correta, porém o emprego formal costuma reagir mais lentamente. A economia está começando a andar. O corte de juros deve contribuir para a retomada do crescimento na medida em que incentiva investimentos no setor produtivo”, avalia Bruno Ottoni, pesquisador do Ibre/FGV.