Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de julho de 2022
“Dizem que o (meu) discurso levou à morte daquela pessoa em Foz do Iguaçu. O meu discurso levou à morte daquela pessoa? Uma briga estúpida, sem razão?”, afirmou.
Foto: Wilson Dias/Agência BrasilDurante culto evangélico na igreja Assembleia de Deus no bairro de Alecrim (Natal-RN), o presidente Jair Bolsonaro disse que o assassinato do petista Marcelo de Arruda em Foz do Iguaçu aconteceu em razão de uma “briga estúpida”.
“Dizem que o (meu) discurso levou à morte daquela pessoa em Foz do Iguaçu. O meu discurso levou à morte daquela pessoa? Uma briga estúpida, sem razão?”, afirmou a apoiadores. “Em 2016, tivemos 61 mil mortes violentas no Brasil, a maioria por arma de fogo. No ano passado, no meu governo, passamos para 41 mil (mortes), quem está no caminho certo? Quem está mentindo, tentando falar diferente para chegar ao poder e, chegando ao poder, ele põe sua linha (de atuação)?”, acrescentou.
Celular
A delegada responsável pelo caso da morte do guarda municipal e tesoureiro petista Marcelo Arruda, morto em Foz do Iguaçu no dia 9 de julho, Camila Cecconello, afirmou que as investigações podem mudar de rumo com perícia no celular do suspeito. O agressor, Jorge José da Rocha Guaranho, 38 anos, foi indiciado por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e por causar perigo comum) ao atirar contra Marcelo Arruda.
A declaração foi dada para uma emissora de TV na noite de sexta-feira (15). Na entrevista, Cecconello afirma que uma das primeiras ações da polícia foi ir atrás do celular de Guaranho. Segundo ela, é essencial a extração do conteúdo de telefone porque pode haver algum comentário do suspeito sobre o caso.
“Então, a análise do celular é muito importante sim e pode trazer algum elemento novo na investigação”, disse a delegada. “Mas como temos um prazo a cumprir, sob pena de que o não cumprimento pode acarretar a soltura do réu, nós temos que relatar o inquérito com os elementos que nós temos e, claro, aguardar”, continuou.
A data limite para a entrega do inquérito estava marcada para terça-feira (19). Durante a coletiva que divulgou o indiciamento de Guaranho, a Polícia Civil do Paraná concluiu que o caso não poderia ser enquadrado, juridicamente, como crime de motivação política.
Segundo Cecconello, “não há provas de que foi um crime de ódio pelo fato de a vítima ser petista”. A briga teria começado por questões políticas, mas, para a polícia, a escalada da violência virou um assunto pessoal. O assassino teria decidido voltar à festa por ter se sentido humilhado pela vítima.
Marcelo Arruda foi morto durante a festa de aniversário de 50 anos.