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Bolsonaro ainda busca saída para articulação

A articulação com o Congresso continua mal resolvida, e não foi por falta de tentativas do presidente Jair Bolsonaro, que confiou a tarefa ao ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), que fracassou, depois ao ministro da secretaria de Governo, Santos Cruz, que foi demitido, e por último ao substituto deste, Luiz Eduardo Ramos, cuja capacidade de analisar cenários políticos só não é maior que seu talento de se relacionar com pessoas. Mas “Ramos não é do ramo”, como brincam os políticos.

Aqui, não, violão
Deputados e senadores falam bem de Ramos, mesmo sem querer, ao se confessarem “tímidos” para tratar de “certos assuntos” com ele.

Tentativas frustradas
Para cravar o ex-deputado Alberto Fraga (DEM) no lugar de Ramos, Bolsonaro fez várias tentativas amigáveis, mas todas frustradas.

Posto recusado
Há duas semanas, Ramos foi convidado a ser embaixador em Israel, onde foi adido militar, país estratégico para Bolsonaro. Mas declinou.

Alma penada
Bolsonaro não desistiu de Fraga. Ele até pode virar ministro, mas terá de se ser inocentado de processo de corrupção na Justiça de Brasília.

2020: governo já torrou R$ 31 milhões em viagens
O governo federal já conseguiu gastar mais de R$ 31,3 milhões em viagens apenas este ano. As informações são do Ministério da Economia, que já contabilizou quase 13 mil viagens de servidores, terceirizados e “colaboradores eventuais” a um custo médio de R$ 2,4 mil cada. Os valores contemplam as despesas com passagens aéreas e terrestres, além das diárias pagas aos funcionários públicos. Em 2019 foram 764.880 viagens a um custo de R$ 1,13 bilhão.

Mês de 31 dias
O tempo médio de afastamento dos funcionários do governo, nessas viagens, somente no mês de janeiro, é de cerca de 18 dias.

Rio, sempre favorito
Brasília-Rio de Janeiro foi trecho preferido nas viagens de servidores federais no primeiro mês do ano: 711 deslocamentos.

Redução
Segundo a Economia, apesar do alto custo e número de viagens, a quantidade de excursões em 2020 é 97% menor que em 2019.

Réu não dá
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) espelha que está no páreo para virar ministro de Bolsonaro, mas não falta no Planalto quem lembre a Bolsonaro, todos os dias, que o senador é investigado na Lava Jato.

Passaportes vermelhos
Presidente viajante da Câmara, Rodrigo Maia, tem sete passaportes diplomáticos, de capa vermelha, em seu nome. Um para ele próprio, outro para sua mulher e também para cada um dos seus cinco filhos.

Culpa da imprensa
Após o desastre de vazar seu telefonema ao vice Hamilton Mourão, o governador Wilson Witzel decidiu mudar o seu assessor de imprensa. Profissionais do eixo Rio-Brasília-São Paulo têm sido sondados.

Hora de espreguiçar
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal retornam do recesso nesta segunda-feira (3), finalmente. Foram 48 dias de folga, para além dos 20 dias de recesso no meio do ano. São mesmo uns folgados.

Agora é ‘natural’
O prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), diz agora que é “natural” a candidatura de Marília Arraes (PT). Mas não achava isso ao disputar a primeira vez: ele só foi eleito porque, a pedido do falecido Eduardo Campos, Lula impediu o PT de apresentar uma candidatura para valer.

Proteção racionada
Em cidades brasileiras, nos Estados Unidos e na Europa estão se esgotando máscaras cirúrgicas. Em alguns pontos na Suíça, farmácias estão racionando esse tipo de produto. É o pânico pela prevenção.

MDB e PT juntos na farra
Os deputados do MDB Vicentinho Júnior (TO) e Aline Gurgel (AP) são os que mais pediram “ressarcimento de despesas” durante o mês de recesso, em janeiro: R$ 40 mil e R$ 35,1 mil. O petista Beto Faro (PA) é o terceiro colocado da lista, com gastos de R$ 32,2 mil nas férias.

Vida que segue
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), viagens não estão banidas, nem comércio está proibido entre países que identificaram casos do coronavírus. Nem mesmo com a própria China.

Pensando bem…
… aceitando o encolhimento de sua agora Casinha Civil sem se queixar, Onyx acabará sendo lembrado apenas como modelo de automóvel.

PODER SEM PUDOR

Fuga sem destino
O governador Ildo Meneghetti dormia, na madrugada de 31 de março de 1964, quando eclodiu o golpe militar. Acordou-se assustado com a multidão que ocupava o Palácio Piratini, convocada por Leonel Brizola. Meteu-se no carro e saiu da cidade em disparada. Cansado, acabou dormindo novamente. A certa altura, foi despertado pelo motorista. “Chegamos aonde?” perguntou Meneghetti, esfregando os olhos. “Em Passo Fundo, governador, como o senhor mandou.” O governador botou a mão na cabeça: “Você se enganou, rapaz. Eu disse ‘pise fundo’!”

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

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