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Bolsonaro assume ataques em capitais e tenta forçar polarização nacional

Ex-presidente usou live e subiu em palanque para mobilizar aliados no Rio e em Goiânia.(Foto: Reprodução)

Nos últimos dias do primeiro turno das eleições municipais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encampa postura mais incisiva contra candidatos que lideram as pesquisas de intenção de votos em capitais consideradas estratégicas para a direita, como Rio de Janeiro e Goiânia.

A estratégia já vinha sendo comentada entre interlocutores, que apostam na transferência da polarização contra o PT no plano nacional para deslanchar campanhas de aliados.

Com candidatos que ainda lutam para chegar ao segundo turno, Bolsonaro reforça a intenção de combater o PT. No Rio, ele associou o atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que Paes aumentou a fiscalização eletrônica de veículos com o objetivo de “roubar o povo”.

Em Goiânia, na semana passada, Bolsonaro chamou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), de “covarde”. Caiado apoia Sandro Mabel (União), que lidera as pesquisas, enquanto Fred Rodrigues (PL) ainda tenta ganhar votos para chegar ao segundo turno. Seguindo a mesma estratégia, Bolsonaro associou Mabel ao petismo.

Paes na mira

Na terça, o ex-mandatário citou, durante live, que Paes teria aumentado o número de pardais na capital fluminense em 40%, durante o seu mandato. O ex-presidente disse que Paes teria feito isso “para roubar o povo” e disse que Ramagem, caso eleito, removerá a fiscalização eletrônica.

“Estou lendo aqui, que a prefeitura do Rio aumentou o número de pardais em 40% neste mandato. Eduardo Paes, o negócio é meter a mão no bolso do povo, né?. Não é pelo trânsito, é para roubar o povo. Os pardais aumentaram em 40%. Você gosta de ser multado? 90% das multas é pura maldade”, afirmou.

Ao citar o apoio a Ramagem, ele polarizou a disputa e mencionou que Lula apoia Eduardo Paes.

“Votar no Paes é votar no Lula. Se o Ramagem for eleito, vai remover isto. O Rio de Janeiro está polarizado: quem votar no Paes, está votando no Lula. quem votar no delegado Ramagem, vota no Bolsonaro. Só de falar em delegado você treme, não é, Paes? Quem votar no Paes está votando nessa desgraça, está votando no 13.”

A campanha de Paes não comentou as falas do ex-presidente.

Ataques em Goiânia

Em Goiânia, Bolsonaro tenta empenhar o capital político para dar força a um candidato que patina nas pesquisas, Fred Rodrigues (PL). No último levantamento da Quaest, divulgado no dia 17, ele estava em quarto lugar e marcava apenas 9%. Já o candidato de Caiado lidera com 24%, em empate técnico com Adriana Accorsi (PT), que tem 22%.

“Nós, na pandemia, fizemos o que tinha que ser feito. Fui contra governadores que falavam “fiquem em casa, a economia a gente vê depois”. Governador covarde! Governador covarde! O vírus ia pegar todo mundo, não tinha como fugir do vírus”, gritou Bolsonaro em comício, ao lado de Rodrigues.

Ainda em seu discurso, o ex-presidente afirmou que a única candidatura de direita na capital era a de Fred Rodrigues. Apesar de muita negociação na pré-campanha, o governador goiano optou por lançar um nome do União Brasil à prefeitura da capital, desagradando o PL de Bolsonaro, que queria lançar Gayer. O parlamentar havia se tornado empecilho para qualquer aliança nas eleições deste ano.

“O candidato da bolachinha e da rosquinha tem vídeo dele elogiando Dilma Rousseff, dizendo que ela foi uma boa gestora. 2014, 2015, sem crise nenhuma no Brasil. Essa presidente conseguiu a proeza de desempregar 13 milhões de pessoas no Brasil. Essa presidente que o da rosquinha disse que foi uma boa presidente, conseguiu entregar a Petrobras para o Temer com uma dívida de 180 milhões de dólares”, discursou.

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