Sexta-feira, 01 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2024
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que sua esposa, Michelle Bolsonaro (PL), ex-primeira-dama, pretende se candidatar ao Senado em 2026 pelo Distrito Federal. A declaração foi feita durante visita do ex-presidente à bancada do Senado. Bolsonaro foi ao Congresso para discutir pautas prioritárias e a sucessão das presidências da Câmara e do Senado no próximo ano.
Questionado sobre a candidatura de Michelle, Bolsonaro afirmou que ela não é “muito afeita à política”, mas que ela tem “muita chance” de alcançar bons resultados.
“Atualmente, em conversas, ela (diz que) pretende, sim, disputar o Senado pelo Distrito Federal. No momento, essa é a pretensão nossa”, declarou o ex-presidente.
“Acredito que ela tenha muita chance. Afinal de contas, ela participou ativamente na campanha da Damares [Alves, senadora], e a Damares saiu de 2% e acabou ganhando da Flávia Arruda, que tinha 40% aqui”, afirmou.
O ex-presidente elogiou Michelle e mencionou ações com a participação dela durante o período em que ele estava na Presidência da República.
“Ela se expressa muito bem, fala muito bem. Não é porque eu sou marido dela. Eu fiquei até assustado com a forma que eu a conheci nessa parte, em 2022, na convenção do Rio de Janeiro. Eu não sabia que ela falava tão bem”, disse o ex-presidente.
Eleições de 2026
Questionado sobre as eleições de 2026, Bolsonaro comentou que os nomes que tentaram impulsionar candidaturas no campo da direita “não chegaram a lugar nenhum” e “não sabem a linguagem do povo”.
“Utopia. Todos que tentaram se alvorar como líderes através de likes, de lacração, não chegaram a lugar nenhum. São conhecidos como estrategistas intergalácticos”, disse.
Queixa-crime
A ex-primeira-dama Michelle recorreu contra a negativa da queixa-crime apresentada ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP). Michelle alegava ter sido alvo de calúnia e difamação pela parlamentar, que a acusou de “sumir” com o cachorro de outra família.
O ministro Luiz Fux acompanhou, na última semana, o entendimento da PGR (Procuradoria-Geral da República) pela rejeição da queixa-crime ao entender que as falas de Erika estão protegidas pela imunidade parlamentar.
Em março deste ano, Michelle recebeu o título de cidadã honorária de São Paulo, concedido pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). Após a homenagem, Erika publicou nas redes sociais: “Não dá nem pra homenagear Michelle Bolsonaro por nunca ter sumido com o cachorro de outra família porque literalmente até isso ela já fez”.
A deputada fazia referência a um episódio de 2020, quando um cachorro foi encontrado nos fundos do Palácio do Planalto por funcionários da Presidência, então ocupada por Jair Bolsonaro.
Na época, Michelle manifestou interesse em cuidar do animal e chegou a dar-lhe o nome de Augusto Bolsonaro. A ex-primeira-dama criou até um perfil no Instagram para “Augusto”, mas depois se descobriu que o cachorro se chamava Zeus e tinha dono, a quem o bicho foi devolvido.
Na ação, a defesa de Michelle afirmou que a situação foi “amplamente esclarecida”, com o tutor do animal expressando gratidão pelos cuidados da família Bolsonaro, e acusou a deputada de usar o caso para insinuar má-fé.
Fux, no entanto, argumentou que a publicação de Erika Hilton tinha caráter político, alinhado à sua atuação como representante de São Paulo e opositora do prefeito da capital, e que a deputada estava amparada pela imunidade parlamentar.
No pedido, a defesa da ex-primeira-dama pede a reconsideração da decisão do magistrado e que, caso não seja possível, o tema seja levado à Primeira Turma da Corte.