Terça-feira, 01 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de março de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar o caso envolvendo a cabeleireira paulista condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) depois de pichar com um batom a estátua da Justiça em frente à sede da Corte em Brasília escultura em frente à sede da Corte. Condenada a 14 anos de prisão, ela foi autorizada – a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) – a ir para prisão domiciliar.
Na rede social X, o agora réu celebrou a decisão judicial que beneficiou Débora Rodrigues dos Santos. Mas ele atacou mais uma vez a postura do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo do STF. Para Bolsonaro, o magistrado só flexibilizou a condição de Débora por “pressão externa”, o que para o capitão representou um “recuo tático”.
A cabeleireira estava presa preventivamente desde 2023, e ficou marcada pela imagem em que aparece escrevendo “perdeu, mané” na escultura A Justiça, na Praça dos Três Poderes. A frase faz referência a uma resposta do ministro Luís Roberto Barroso a bolsonaristas, em viagem a Nova York (EUA) no final de 2022.
Na esteira da ofensiva contra medidas judiciais tomadas por Moraes e pela Suprema Corte, os apoiadores do ex-presidente vinham criticando o magistrado por condená-la a 14 anos de prisão pelo ato de vandalismo, depois de ser denunciada por cinco crimes.
Mudança de regime
Na última sexta-feira (28), Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República para substituir a prisão preventiva por domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, enquanto Débora é julgada pelo STF. O processo está suspenso, após pedido de vistas feito pelo ministro Luiz Fux. Em sua decisão, Moraes entendeu que a espera poderia prejudicar a cabeleireira em razão da ofensa ao “princípio da maternidade e à infância”. Ela tem dois filhos, de 6 e 11 anos.
A reação de Jair Bolsonaro veio no mesmo dia. Em sua publicação, ele celebrou que Débora “finalmente poderá voltar pra casa”, mas criticou Alexandre de Moraes, a quem atribuiu um “sadismo” na condução do caso. “Mas atenção: não é liberdade. É prisão domiciliar, com tornozeleira e restrições, como se ainda representasse um ‘risco concreto à ordem pública’, segundo o próprio sistema que a manteve trancada por 730 dias sem sentença”, bradou.
Para o ex-presidente, apesar da flexibilização na medida contra Débora, a mudança de cenário representou uma “justiça de ocasião” e um “sistema que só ‘reconhece excessos’ quando a pressão externa se torna insustentável”.
Conforme a revista “Veja”, a cabeleireira – um dos símbolos do momento em que a democracia foi atacada por baderneiros golpistas – tem sido tratada como referência para alimentar a discussão em torno da “dosimetria” das penas estipuladas pelo STF. E para impulsionar a movimentação bolsonarista por uma anistia aos envolvidos nos ataques. (com informações da revista Veja)