O presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou a alguns interlocutores que está considerando tirar uma espécie de período sabático quando deixar o governo. Vai sumir por uns dois ou três meses. Quer se isolar numa fazenda ou numa casa de praia.
Aos mesmos interlocutores, Bolsonaro diz estar convicto de que Alexandre de Moraes não vai deixá-lo se candidatar novamente a presidente. Uma das frases a um aliado foi: “No momento, não quero ser nada, quero paz”.
Bolsonaro teria dito a amigos que passará uma temporada no condomínio Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida. O espaço, que abriga um resort de luxo, pertence às empresas do ex-presidente Donald Trump. O atual presidente já jantou com Trump na propriedade em março de 2020, durante uma visita oficial ao então presidente americano, no início da pandemia do novo coronavírus.
Não foi confirmado se Bolsonaro ficará na residência de Trump ou em outra casa da propriedade. Com viagem marcada para o próximo dia 28, Bolsonaro afirmou a amigos que pretende descansar por um ou dois meses no Estado americano.
Um dos filhos do atual chefe do Executivo, o vereador Carlos Bolsonaro embarcou neste sábado (24) para os Estados Unidos, onde passará o Natal e o Ano Novo. O vereador pegou um voo de manhã no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e desembarcou no fim da tarde em Atlanta, na Geórgia, no Sul dos Estados Unidos.
Faixa presidencial
O embate sobre a entrega da faixa presidencial não é de hoje. Jair Bolsonaro chegou a citar dois motivos para a decisão. Um deles é não haver qualquer condição de participar da cerimônia depois da troca de acusações entre Lula e ele durante as eleições de 2022.
O outro motivo seria a atuação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante o pleito eleitoral deste ano. Bolsonaro acredita que, ao longo de sua campanha, tenha recebido tratamento desigual da Corte. Para ele, comparecer à cerimônia seria validar o processo eleitoral.
O atual vice-presidente da República Hamilton Mourão confirmou, na tarde deste sábado 24, que não passará a faixa presidencial ao eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A possibilidade havia sido aventada após a confirmação da viagem de Bolsonaro.
“Eu considero isso [o passamento da faixa presidencial] um dever e uma responsabilidade do presidente que sai. É um ato simbólico da troca de comando. O presidente da República já sinalizou que não deve participar dessa cerimônia. Ao tomar essa decisão, não compete a mim participar, porque não sou o presidente”, explicou Mourão.
Não há confirmação de como a faixa será entregue para Lula. Apesar de tradicional, a passagem da faixa não tem qualquer implicação oficial na posse do próximo presidente.