O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que participará de uma manifestação em apoio ao impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
O evento será realizado em 7 de setembro, Dia da Independência, na avenida Paulista, em São Paulo (SP), e foi organizado pelo pastor Silas Malafaia. A ida
do ex-presidente ao ato foi confirmada ao colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.
O protesto vai pedir a deposição de Moraes do cargo e a revisão das decisões tomadas pelo ministro. Políticos de direita têm alegado que as acusações contra Moraes feitas desde a última terça-feira (13), devem ter consequências similares às que o ex-juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, sofreu após o vazamento de conversas e áudios particulares. O caso, conhecido como “Vaza Jato”, acabou por revogar sentenças aplicadas durante a Operação Lava-Jato e libertar a maioria dos políticos presos no processo.
A expectativa do grupo é anular as decisões de Moraes que afetaram o ex-presidente ou aliados dele. Entre elas, estão as prisões e bloqueio de bens decorrentes dos inquéritos das fake news, das milícias digitais e dos atos antidemocráticos.
A manifestação foi convocada depois de a Folha de S.Paulo divulgar mensagens que indicam que Moraes teria usado o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de forma extraoficial para embasar inquéritos de sua relatoria contra bolsonaristas no STF.
Senadores aliados a Bolsonaro pressionam pela abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e pelo impeachment de Moraes. No
entanto, conforme o site Poder360, as chances de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), aceitar o pedido são “nulas”.
Bolsonaro disse na última quinta (15) acreditar que Moraes tem um problema “pessoal” com ele. “Isso é claro. Só não vê quem não quer”, declarou o ex-presidente em entrevista à rádio 96 FM em Natal (RN).
Caso Moraes
Uma reportagem da Folha publicada também mostrou que o policial militar Wellington Macedo, que atua dentro do STF, na equipe de Moraes, requereu informalmente a produção de relatórios ao setor de combate à desinformação do TSE.
Quem recebeu a demanda na Corte Eleitoral foi Eduardo Tagliaferro, que foi até 2022 chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à
Desinformação) daquele Tribunal. Ele respondeu que levantou os dados sigilosos com o auxílio de um policial civil de São Paulo “de sua extrema confiança” e cuja identidade não deveria ser revelada.
O TSE não tem atribuições investigativas ou criminais. Isso cabe à Secretaria de Segurança do STF, que recebe ameaças e as repassa às polícias federal ou estadual. O gabinete do ministro também pode acionar a polícia diretamente para investigações em casos de suspeita de crime.
Ao comentar pela 1ª vez sobre as mensagens que mostram que teria usado o TSE de forma extraoficial, o ministro do STF afirmou que seria “esquizofrênico” se “auto-oficiar”.