Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de janeiro de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou nessa segunda-feira (20) a decisão do senador Marcos Pontes (PL-SP) de se candidatar à presidência do Senado como “lamentável”. Em entrevista ao canal AuriVerde Brasil no YouTube, o ex-chefe do Executivo citou seu ex-ministro da Ciência e Tecnologia ao falar sobre “ter disciplina” e “honrar a palavra dada”.
Marcos Pontes lançou sua pré-candidatura à presidência do Senado no final de outubro, sem aval do partido de ambos, o PL. Poucos dias antes, Bolsonaro já havia declarado apoio à candidatura de Davi Alcolumbre (União-AP) à sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na Casa. Para o ex-presidente, o senador está pensando somente nele mesmo, mas desejou “boa sorte” ao correligionário.
“Eu elegi você em São Paulo. Deixei de lado lá, entre eles, o meu amigo Marco Feliciano, com uma dor no coração enorme. Mas deixei de lado o Marco Feliciano para te apoiar [à eleição de senador]. Esse é o pagamento?”, questionou Bolsonaro. Entre os motivos que o ex-presidente elenca para julgar a candidatura de Marcos Pontes um erro, é a falta de representatividade e força na Casa. O Estadão tenta contato com o senador.
“A única forma de nós sermos algo dentro do Senado e não sermos zumbis como somos hoje é tendo um candidato. Se não conseguimos ganhar o Rogério Marinho, que é um baita articulador, não vai ser com você agora”, disse Bolsonaro.
Indiciado por tentativa de golpe de Estado em 2022, o ex-presidente ainda fez um apelo ao aliado falando que “o clima mudou” e que, do jeito que está a correlação de forças na Casa, o projeto de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de Janeiro – do qual pode se beneficiar – tem “força zero” no Senado.
Citando conversas “com todo mundo” para lançar candidaturas assertivas em 2026 às vagas de senadores, Bolsonaro citou que, entre centro-direita e direita, consegue eleger 40 senadores. Quando o ex-presidente se referiu ao Mato Grosso do Sul, afirmou que, no Estado, haverá um candidato ou candidata ao Senado, já que “a atual senadora que se elegeu usando o meu nome é uma desgraça” e “não soma em nada”. A declaração foi em referência à senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). “E a gente vai mudando, vai acertando.”
Soraya apoiou o ex-presidente em 2018 e se elegeu na onda bolsonarista daquele ano. Mas, nas eleições de 2022, os dois foram adversários e protagonizaram uma série de troca de farpas. Naquele ano, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vitorioso do pleito. (Estadão Conteúdo)