Em encontro classificado como “cordial” e “sem tensões”, o presidente Jair Bolsonaro recebeu, na última quarta-feira (11), no Palácio do Planalto os ministros Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski, eleitos presidente e vice do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Moraes e Lewandowski entregaram a Bolsonaro o convite para a posse deles, marcada para a próxima semana. Durante a reunião, que durou 50 minutos, Bolsonaro disse a Moraes querer eleições “transparentes e tranquilas” e entregou uma camisa do Corinthians ao ministro.
A avaliação dos presentes é que a conversa foi positiva e abriu a possibilidade de uma nova etapa no relacionamento entre Bolsonaro e Alexandre de Moraes.
Desde que foi eleito, em 2018, Bolsonaro ataca as urnas eletrônicas, o sistema eleitoral e ministros do TSE. Neste ano, eleitoral, o presidente subiu ainda mais o tom.
Sem jamais ter apresentado qualquer prova de eventuais irregularidades, o presidente da República repete com frequência acusações sobre as urnas já desmentidas pelos órgãos oficiais.
Integrantes do TSE se disseram surpresos positivamente com o clima do encontro. No entanto, pelo histórico recente de ataques de Bolsonaro, têm dúvidas sobre quanto tempo pode durar esse novo ambiente entre o presidente e o ministro.
Interlocutores do Palácio do Planalto disseram que o presidente quer ir à posse deles para mostrar respeito à Justiça Eleitoral.
Além de Moraes, Bolsonaro e Lewandowski, participaram do encontro o secretário-geral do TSE, José Levy, ex-advogado-geral da União do governo Bolsonaro; e os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia) e Bruno Bianco (Advocacia Geral da União).
Relatoria
Alexandre de Moraes, foi sorteado como o relator do processo de candidatura de Bolsonaro à reeleição ao comando do Planalto. A menos de uma semana de tomar posse como mandatário da Corte eleitoral, Moraes terá de produzir um parecer referente a licitude da declaração patrimonial apresentada pelo chefe do Executivo, além do plano de governo – organizado pelo general e candidato a vice, o general Walter Braga Netto.
A campanha de Bolsonaro à reeleição reafirma a intenção de manter o Auxílio Brasil em R$ 600. Porém, o beneficio irá retornar aos R$ 400 em janeiro e, para que a meta do atual presidente vigore, o Congresso Nacional terá de votar outra proposta de emenda à Constituição (PEC).
“Neste segundo mandato, serão preservados e ampliados o direito fundamental à legítima defesa e à liberdade individual, especialmente quanto ao fortalecimento dos institutos legais que assegurem o acesso à arma de fogo aos cidadãos”, informa parte do documento.