Sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2025
As declarações constam em um dos vídeos que compõem a lista de materiais da delação de Cid.
Foto: Bruno Spada/Câmara dos DeputadosEm sua delação, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou que o ex-presidente “dava esperança” de que algo pudesse convencer as Forças Armadas a tomar alguma atitude após o resultado da eleição presidencial de 2022.
“[Bolsonaro] estava pressionado porque ele conhecia o pessoal de fora. Ele tinha contato com o pessoal do agro, que não via nada acontecer. Eles queriam, achavam que ia acontecer alguma coisa. Eles estavam naquele ‘é hoje, hoje vai acontecer’. Então, eles estavam nessa angústia de esperar que fosse dado o golpe, de esperar que o presidente assinasse um decreto e as Forças Armadas fizessem alguma coisa”, disse Cid.
As declarações constam em um dos vídeos que compõem a lista de materiais da delação de Cid que foram divulgados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Era o que acontecia, ainda mais nesse período, que foi um período em que eles começaram a ir para a frente do Alvorada, né? O presidente até falou com eles. Então, eles estavam pressionando, ‘nós contribuímos com isso aqui, nós estamos pressionando, pedindo, falando, e cadê?’ Então, foi nesse sentido. É aí que ele começou a realmente a pressionar em querer que tivesse alguma coisa. E a minha resposta foi no sentido de que ele estava com o presidente, né? E o presidente, de certa forma, ele dava esperança que fosse acontecer alguma coisa que pudesse convencer as Forças Armadas a fazer alguma coisa. Então esse era o ponto”, completou.
Outro ponto exposto por Cid é que Jair Bolsonaro ordenou que ele inserisse dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde no nome dele (ex-presidente) e da filha, Laura Firmo Bolsonaro.
Na delação, Cid ainda confirmou que os certificados foram impressos e entregues em mãos ao ex-presidente da República. Mauro Cid também revelou ter ido aos Estados Unidos para vender relógios e um kit de joias de ouro branco, a mando de Bolsonaro.
O ex-ajudante de ordens disse ainda que os itens renderam US$ 86 mil, a ser sacado em fatias para não levantar suspeita. A primeira leva, de US$ 18 mil, teria sido levada diretamente para o ex-presidente.
O tenente-coronel também afirmou que a ideia de comercializar os itens partiu de uma questão financeira de Bolsonaro. O ex-presidente, reclamava dos gastos de “mudanças e transporte do acervo que deveria arcar, além de multas de trânsito por não usar o capacete nas motociatas”, segundo Cid. As informações são do portal de notícias CNN.