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Política Bolsonaro diz em depoimento que não mandou inserir dados de vacinação no sistema do SUS

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Depoimento do ex-presidente durou mais de 3h30 na sede da Polícia Federal

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Depoimento do ex-presidente durou mais de 3h30. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento na sede da Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (16), no âmbito da investigação que apura supostas fraudes em cartões de vacina da Covid-19.

O depoimento iniciou por volta das 14h. Ele deixou o local pouco antes das 18h. Bolsonaro afirmou que nunca determinou e nem soube da inserção de dados falsos no ConecteSUS. O ex-presidente salientou ainda que nem teria razão de fazer isso.

Bolsonaro foi ouvido no inquérito que investiga um suposto esquema de alteração de cartões de vacinação que teria beneficiado o próprio ex-presidente, a filha dele, além do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e familiares dele.

Ele foi perguntado se tinha conhecimento do esquema e se partiu dele a ordem de acesso ao sistema do Ministério da Saúde, onde os dados sobre a vacinação contra a Covid-19 foram inseridos (e depois retirados). O ex-presidente negou mais uma vez que tenha se vacinado e, por conta disso, sequer teria cartão de vacina.

O depoimento terminou por volta de 17h30, e ficaram até às 18h finalizando o processo e relendo as declarações.

A Polícia Federal também deve chamar Michelle Bolsonaro para depor. A ex-primeira-dama também é investigada nesse inquérito e deve ser chamada para responder perguntas sobre a fraude em cartões de vacina e também sobre os pagamentos que teriam sido feitos por outras pessoas em seu nome.

Investigação da PF

Além de Bolsonaro e da filha, foram emitidos certificados de vacinação com dados falsos em nome de Cid, da esposa dele e das três filhas do casal. De acordo com a PF, os dados de vacinação do ex-presidente foram incluídos no sistema do Ministério da Saúde em Duque de Caxias, mesmo município onde Cid teria conseguido o cartão de vacinação da esposa. Uma enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, confirmou à Polícia Federal (PF) que emprestou a senha para o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, apagar os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Buscas na casa de Bolsonaro

Em 3 de maio, a PF fez buscas na casa do ex-presidente, em Brasília, na tentativa de encontrar provas de envolvimento dele no esquema. O celular dele foi apreendido. Naquele dia Bolsonaro falou à imprensa e reafirmou que não se vacinou contra a Covid e disse que não houve adulteração nos dados do cartão dele e da filha, Laura.

Entretanto, o ex-presidente se negou a depor à Polícia Federal no dia da operação sob a justificativa de que sua defesa precisava, antes, ter acesso à investigação. Por isso, foi ouvido apenas nesta terça.

Ao menos seis pessoas foram presas pela PF durante a operação do dia 3 de maio, entre elas o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro durante o mandato dele como presidente da República. Segundo as investigações, Cid fazia parte do grupo ligado a Bolsonaro que inseriu informações falsas no ConecteSUS para obter vantagens ilícitas e emitir certificados de vacinação contra a Covid-19.

Devem prestar depoimento na investigação o coronel Mauro Cid, na quinta-feira (18), e a esposa dele, na quarta-feira (17).

 

 

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https://www.osul.com.br/bolsonaro-deixa-sede-da-policia-federal-apos-prestar-depoimento-sobre-suposta-fraude-no-cartao-de-vacina/ Bolsonaro diz em depoimento que não mandou inserir dados de vacinação no sistema do SUS 2023-05-16
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