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Política Em reunião na casa do general Braga Netto, foram discutidas ações para “gerar caos social”, afirmou o ex-auxiliar Mauro Cid

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Relato consta na denúncia apresentada na terça-feira pela PGR

Foto: Isac Nóbrega/PR
Relato consta na denúncia apresentada na terça-feira pela PGR. (Foto: Isac Nóbrega/PR)

Em acordo de delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, relatou que a reunião na casa do general Walter Braga Netto, ocorrida em 12 de novembro de 2022, serviu para discutir “ações que mobilizassem as massas populares e gerassem caos social”. Segundo Cid, o objetivo das medidas era levar o então presidente a assinar o “estado de defesa, estado de sítio ou algo semelhante”.

O relato consta na denúncia apresentada na terça-feira (18) pelo procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, que acusou Bolsonaro, Braga Netto e outras 32 pessoas de tentar realizar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O General Braga Netto, juntamente com os coronéis Oliveira e Ferreira Lima concordavam com a necessidade de ações que gerassem uma grande instabilidade e permitissem uma medida excepcional pelo Presidente da República. Uma medida excepcional que impedisse a posse do então Presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva”, afirmou o delator, conforme denúncia da PGR.

Além do depoimento de Cid, a PGR destacou mensagens trocadas pelo militar nos dias seguintes à reunião como prova de que a casa de Braga Netto foi utilizada para debater o plano golpista que estava “em curso”, conforme a denúncia.

Nos diálogos interceptados, Cid fala em “estimativa de gastos, com hotel, alimentação e material” e “trazer um pessoal do Rio” – o que foi calculado por um major auxiliar em R$ 100 mil. Em sua delação, o ex-ajudante de ordens disse que obteve o dinheiro com Braga Netto, que entregou o montante em uma “sacola de vinho” após arrecadá-lo com um “pessoal do agronegócio”.

“Alguns dias após, o Coronel De Oliveira esteve em reunião com o colaborador e o General Braga Netto no Palácio do Planalto ou da Alvorada, onde o General Braga Netto entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação. O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho. O General Braga Netto afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio”, diz trecho da delação.

De acordo com a PGR, Cid não só confirmou o encontro na casa de Braga Netto, do qual ele também participou, como “resumiu” a pauta da reunião: “promover uma ação de forte impacto social para justificar a assinatura de um decreto por Jair Messias Bolsonaro”

Segundo a denúncia apresentada por Gonet ao Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro e Braga Netto cometeram os crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Em nota, a defesa do general classificou as acusações como “fantasiosa denúncia” que “não apaga a sua história ilibada de mais de 40 anos de serviços ao exército brasileiro”.

“O General Braga Betto está preso há mais de 60 dias e ainda não teve amplo acesso aos autos, encontra-se preso em razão de uma delação premiada que não lhe foi permitido conhecer e contraditar”, diz o advogado José Luís de Oliveira, o Juca, em nota.

Na terça, antes de a denúncia ser protocolada, Bolsonaro disse não ter preocupação com as imputações criminais.

“Você já viu a minuta do golpe? Não viu. Viu a delação do Mauro Cid? Não viu. A frase mais emblemática, tem uns 30 dias mais ou menos, um amigo que deixei em Israel falou o seguinte: “Que golpe é esse que o Mossad não estava sabendo?” Nenhuma preocupação com essa denúncia, zero”, disse o ex-mandatário, em visita ao Senado.

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