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Brasil Bolsonaro disse que não pode tabelar o preço da carne

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"A questão do preço da carne: é a lei da oferta e da procura", disse o presidente. (Foto: Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou a visitantes que o esperavam na porta do Palácio do Alvorada na tarde do último sábado (30) que não pode “tabelar o preço da carne”, que subiu bastante neste fim de ano, e que o valor deve abaixar “daqui a algum tempo”. Bolsonaro foi abordado por um pecuarista que pedia para manter elevado o preço do produto.

“A questão do preço da carne: é a lei da oferta e da procura. Estava há poucos meses abatendo matrizes e a tendência era o exemplo semelhante, por falta de carne aqui, por falta de produção, o preço aumentar. Não posso tabelar, inventar. Isso não vai dar certo”, disse.

Bolsonaro conversou com o pecuarista Edvaldo Luís da Silva, de Bonópolis (GO), que disse ter vindo a Brasília só para tentar falar com o presidente. Edvaldo fez um apelo e disse que o presidente “vai entrar para história” se manter o valor elevado da arroba da carne. Em São Paulo, o preço da arroba subiu 35% no último mês.

Na última quinta-feira (28), Bolsonaro havia afirmado em uma rede social que não iria tabelar ou congelar o preço da carne. Ele já tinha reconhecido a alta nos preços e a atribuído ao aumento das exportações. Na live de quinta, ele disse que não podia “tomar medidas que não deram certo em nenhum lugar do mundo, como exportar menos para abastecer o mercado interno. É a livre concorrência.”

A expectativa de redução no preço da carne vai na contramão do que a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta semana. Em entrevista ao Estado de S. Paulo, a ministra alegou que preço não deve retomar ao patamar anterior.

Ao final da conversa com os visitantes, na porta do Palácio do Alvorada, o presidente avisou ter sido convocado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro a participar de um show gospel no sábado, no Centro de Convenções em Brasília.

No fechamento de novembro, o aumento nos preços da carne bovina desossada no mercado atacadista foi de 22,9% na média de todos os cortes pesquisados, de acordo com a Scot Consultoria.

“Quero deixar bem claro que esse negócio da carne é a lei da oferta e da procura. Não posso tabelar, inventar. Isso não vai dar certo”, disse o presidente na chegada ao Palácio do Alvorada, após viagem a Resende (RJ), onde participou da inauguração de uma cascata de ultracentrífugas, na Fábrica de Combustível Nuclear.

Já os preços da carne bovina vendida em supermercados e açougues de São Paulo registraram uma alta de 8%, na média de todos os cortes, segundo a consultoria. No Paraná a alta também foi consistente, 3,5%. Já no Rio de Janeiro e em Minas Gerais as variações foram mais tímidas, de 0,2% e 1%, respectivamente.

Na sexta-feira (29), em entrevista ao portal Poder 360, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, declarou que o produto “ficou por três anos com valor muito baixo” e em 2019 chegou a um novo patamar que não deve voltar à média anterior.

“[O preço da carne] vai ter uma estabilização, não vai ter mais essas puxadas. Mas não tem perigo de voltar ao que era. Mudou o patamar. Já tinha mudado o da soja, do milho. A carne ficou por três anos com valor muito baixo. Isso faz com que o mercado sinta mais essa subida”, afirmou a ministra.

Na mesma entrevista, Cristina nega qualquer possibilidade de que falte carne para venda no País: “o risco de desabastecimento é zero”, declarou.

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https://www.osul.com.br/bolsonaro-disse-que-nao-pode-tabelar-o-preco-da-carne/ Bolsonaro disse que não pode tabelar o preço da carne 2019-12-01
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