O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (28), que o governo federal irá apurar a origem das falhas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele não descartou “sabotagem” como causa dos erros em gabaritos.
“Se realmente foi uma falha nossa, se tem uma falha humana, sabotagem, seja lá o que for. Temos que chegar no final de linha e apurar isso aí”, disse Bolsonaro, que afirmou estar “complicada” a situação do exame.
O presidente afirmou que “todas as cartas estão na mesa” para a investigação e que, por enquanto, mantém no cargo o ministro da Educação, Abraham Weintraub. “Sempre eu falo por enquanto para todo mundo. O único que não é por enquanto é o Mourão (vice-presidente). O resto é tudo por enquanto”, afirmou.
Bolsonaro ponderou que não há certeza sobre sabotagem. “Não quer dizer que é isso, que vai querer se eximir talvez de uma responsabilidade que seja nossa. Não sou dessa linha não”, afirmou. “Se for nossa (a culpa), assume. Se for do outro, comprova-se o que que houve”, declarou.
O caso
Na segunda-feira, dia 20 de janeiro, o Ministério da Educação (MEC) divulgou ter identificado erro na correção de 5.974 provas, do total de 3,9 milhões de participantes da última edição da prova. O ministro titular da pasta, Abraham Weintraub, garantiu que, após essa análise, todos os candidatos estavam com as notas corretas e, por isso, abriria as inscrições no Sisu. No entanto, não foi apresentado nenhum documento ou estudo técnico sobre o procedimento feito.
O erro só foi identificado pelo ministério após reclamação dos alunos. O ministro Abraham Weintraub admitiu o erro depois de afirmar diversas vezes que a gestão Bolsonaro havia feito o “melhor Enem da história”. Apesar de ter informado que encontrou erro em 5,9 mil provas, o MEC recebeu mais de 175 mil pedidos de recorreção da nota, mas não respondeu aos candidatos se fez uma reavaliação ou deu uma justificativa que comprovasse que a correção estava segura.
Resultado do Sisu
Os resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) foram liberados no começo da noite desta terça-feira (28). Para ver a classificação é preciso acessar o site do Sisu. É possível verificar os resultados por meio do boletim do candidato ou diretamente nas listas de selecionados para cada curso.
Nesta edição do Sisu estavam em disputa 237.128 vagas em 128 instituições de ensino superior públicas em todo o País.
A classificação dos estudantes no Sisu só ficou disponível depois de o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, atender um recurso do governo federal contra uma decisão da Justiça de São Paulo que vetava a divulgação dos dados. Antes de obter sucesso no STJ, um outro recurso do MEC junto ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) foi negado.
Prouni
O MEC divulgou o novo cronograma para o Programa Universidade para Todos (Prouni), iniciativa do MEC que concede bolsas integrais e parciais em universidades privadas. As inscrições estavam suspensas em decorrência do impasse com o Sisu e as notas do Enem.
“No cronograma inicial, o término para concorrer às bolsas seria na próxima sexta-feira (31). O MEC decidiu prorrogar o prazo por mais um dia, sábado, 1º de fevereiro, para que os candidatos tenham tempo suficiente de se inscreverem”, informou o MEC em nota.
A atual edição do Prouni vai selecionar estudantes para 251.139 bolsas parciais e integrais para faculdades privadas com base nas notas do Enem. A consulta das bolsas disponíveis já pode ser feita no site do programa com base em três critérios: o curso, a instituição ou o município desejado.