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Bolsonaro disse que “o povo cansou de ser tutelado pelo PT”. Ele pede o “voto útil” para vencer a eleição no primeiro turno

Candidato do PSL deve passar por nova cirurgia até o fim do ano. (Foto: Reprodução/Facebook)

Na tarde dessa quinta-feira, o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmar que o povo brasileiro cansou de viver sob os governos do PT e voltou a dizer que tem condições de se eleger ainda no primeiro turno, se os eleitores optarem pelo que ele considera “voto útil”.

“O povo cansou de ser tutelado pelo PT, como se eles fossem o dono do povo. Partido não é dono de ninguém”, afirmou Bolsonaro, em entrevista a uma rádio de Recife (PE).

Ele criticou duramente o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusando-o de ter “dividido e afundado o País”. O candidato de direita também chamou de “mentiroso” o seu concorrente Fernando Haddad (PT), por ter dito que Bolsonaro quer acabar com o programa Bolsa Família.

Essa foi a segunda entrevista do presidenciável a uma rádio da região Nordeste no mesmo dia, em um esforço de sua campanha para garantir um melhor desempenho eleitoral na região, tradicional reduto eleitoral petista.

Bolsonaro garantiu que ganhará votos do eleitorado de Lula: “o Nordeste vai fazer uma surpresa”. Na mesma linha, ele voltou a dizer que São Paulo, a cidade com mais nordestinos fora da própria região de origem, foi mal administrada por Haddad no período em que o petista comandou a prefeitura local (2013-2016).

Mais cedo, em entrevista a uma emissora de Pernambuco, Jair Bolsonaro pediu aos ouvintes do Nordeste para que conversem com parentes e amigos que moram em São Paulo para conhecerem a avaliação da gestão de Haddad à frente da prefeitura paulistana.

Líder nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, ele prometeu que, se for eleito, dará prioridade à conclusão de obras inacabadas. Ele citou como mais importante a transposição do rio São Francisco.

Gays

Ao ser questionado sobre as suas declarações polêmicas sobre os homossexuais, Bolsonaro disse que, se for eleito, eles “serão felizes” em seu governo.  “Cada um, depois da sua idade, dono de seus atos, vai cuidar da sua vida”, respondeu. “Mas para crianças de 6 anos de idade não dá. O pai não quer chegar em casa e ver o seu filho brincando de boneca por influência da escola.

Durante a entrevista à rádio pernambucana, o candidato do PSL  classificou o público nordestino de “mais conservador e mais família”, manifestando-se contrário à supostas afirmações de que ele seria homofóbico.

“Queriam colocar no colégio filmes de meninos se beijando e meninas se acariciando. Crianças têm de ir ao colégio para estudar matemática, português e geografia. Como que o Joãozinho vai aprender sexo? O pai não quer que o filho aprenda a fazer sexo, homo ou hétero, a partir dos seus anos de idade. Aí inventaram que sou homofóbico, que vou matar gay”, afirmou o presidenciável.

Em novembro do ano passado, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro confirmou a condenação do então deputado a pagar uma indenização de R$ 150 mil por declarações contra homossexuais na televisão.
As declarações foram dadas pelo presidenciável durante sua participação, em março de 2011, em um programa de TV. Na ocasião, o militar afirmou que nunca lhe passou pela cabeça ter um filho gay porque os seus tiveram boa educação e um pai presente. “Então, não corro esse risco”, disse.

Bolsonaro já havia recorrido da decisão da 6ª Vara Cível do Fórum de Madureira, dada em 2015, que o condenou, por danos morais, a pagar a indenização ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, do Ministério da Justiça. A Justiça tomou como base a ação civil pública ajuizada pelos grupos Diversidade Niterói, Cabo Free de Conscientização Homossexual e Combate à Homofobia e Arco-Íris de Conscientização.

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