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Bolsonaro disse que o PSL está “cheio de traíra” e falou sobre eleições de 2022

O presidente disse que terá "critério" para aceitar filiados no partido e que não permitirá a entrada de "traíra". (Foto: José Dias/PR)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o PSL, partido pelo qual se elegeu, está “cheio de traíra”. Ele deixou a legenda em novembro após brigas internas e para fundar um novo partido chamado Aliança pelo Brasil.

O presidente disse que terá “critério” para aceitar filiados no partido e que não permitirá a entrada de “traíra”. “Estou fazendo um partido que vai estar de novo sem televisão. Eu vou ter critério concreto para botar gente no meu partido. Não vou botar traíra. Entrou traíra porque foi em cima da hora. Cheio de traíra o partido que eu deixei para trás”, afirmou.

A fala do presidente foi registrada pelo canal “Cafezinho com Pimenta”, quando ele conversava com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

No encontro, Bolsonaro falou ainda sobre os planos para as eleições de 2022, dizendo que participará da campanha “de uma forma ou outra”.

“Pessoal, em 22 tem eleição? Eu vou estar na campanha de uma forma ou de outra. Mesmo que eu não venha a candidato, vou fazer campanha. Não é por mim, não”, disse o presidente.

Suspensão

O juiz Giordano Resende Costa, da 4ª Vara Cível de Brasília, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), suspendeu nesta quarta-feira (11) a punição imposta pelo PSL ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e mais 17 parlamentares.

A decisão, porém, não tem efeito imediato na disputa pela liderança do partido na Câmara.

O magistrado acolheu argumento dos deputados de que faltou transparência na convocação da reunião do Diretório Nacional em que foram analisados os processos disciplinares em desfavor deles.

“Determino a imediata suspensão dos efeitos das penalidades aplicadas pelo requerido [PSL] que interfiram na atividade parlamentar dos autores pelo ato assemblear ocorrido no dia 03.12.2019, até o julgamento final da ação”, escreveu o juiz na decisão.

Segundo a decisão, a ata da reunião do Diretório informa que ela foi convocada conforme edital publicado no “Diário Oficial da União”, em 11 de novembro.

No entanto, o magistrado afirma que, ao fazer uma pesquisa no “Diário Oficial”, não encontrou o tal edital informando a análise dos processos, mas apenas um edital específico para a eleição do novo Diretório Nacional do PSL.

Na avaliação do juiz, isso “já é suficiente para reconhecer falha no procedimento de convocação e permitir a intervenção judicial”.

“A publicidade é um princípio basilar e nada pode ou deve ser feito às escondidas. É um vício gravíssimo e insanável, a feitura de uma assembleia cujo mote é a punição administrativa de 18 parlamentares federais. Este vício impediu que a coletividade dos associados tivesse o conhecimento da data e do seu conteúdo da assembleia e impediu, certamente, a participação e manifestação de um grande grupo”, acrescentou o juiz.

A assessoria do PSL informou que o partido irá recorrer da decisão sob o argumento de que o caso já está sob análise em outra ação que corre na 7ª Vara Cível de Brasília e que, portanto, esse novo pedido feito pelos deputados deveria ser avaliado pelo mesmo juiz.

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