Domingo, 23 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2018
Durante evento militar nesse fim de semana no Rio de Janeiro, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) admitiu que já gostaria de ter definido todos os ministros para o seu futuro governo, mas assegurou que os critérios de nomeação são técnicos, “não uma festa”. Ele também atribuiu à “precaução” o fato de ainda não ter preenchido todo o primeiro escalação que assumirá o comando do País a partir de 1º de janeiro.
“Eu não fui eleito para fazer um governo como os anteriores”, frisou. “Não vou jogar cargo para cima e quem se jogar na frente pega. “Para divulgar os outros ministros, ainda falta a gente conversar com aqueles que pretendemos colocar.”
Ainda de acordo com o futuro chefe do Exectuvio, todos os ministérios são importantes e a escolha dos respectivos titulares tem que ser muito bem discutida: “A gente não pretende anunciar os nomes e, depois, lá na frente, trocá-los. É igual a um casamento, você pode namorar com muitas pessoas, mas ficar noivo e casar, é só com uma, é isso que queremos”.
Bolsonaro também negou que houvesse pressão dos evangélicos ou do DEM (partido do deputado federal reeleito e futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni) para a definição de quem serão os ocupantes do primeiro escalão de governo. A afirmação foi feita após Bolsonaro ter sido perguntado se a bancada evangélica no Congresso Nacional se opôs ao educador Mozart Neves – diretor do Instituto Ayrton Senna – para a Educação.
Mozart é crítico do projeto Escola sem Partido, uma das principais bandeiras do presidente eleito, mas aliados de Bolsonaro no segmento religioso o teriam considerado “meio esquerdista” para o perfil que idealizam no Ministério. Para a função, Bolsonaro acabou anunciou o professor colombiano naturalizado brasileiro Ricardo Vélez Rodríguez, um nome desconhecido da comunidade educacional mas que tem afinidade com o projeto.
“Não teve nenhuma pressão da bancada evangélica. Ela é muito importante, não só para mim, mas para o País. No entanto, essa pessoa indicada não é evangélica, pelo que eu sei, mas atende aquilo que a bancada defende como valores familiares”, disse o presidente eleito.
Bolsonaro justificou que escola “é lugar para aprender uma profissão” e ter noções de cidadania e patriotismo e não de ideologia de gênero “e formação de militantes”. “Se escola plural é ensinar sexo para criancinhas na sala de aula, meus parabéns ao futuro ministro”, afirmou.
DEM
O presidente eleito também declarou que o DEM não indicou nenhum ministério de seu governo, ao ser questionado sobre a escolha da deputada federal Tereza Cristina (MS) para ministra da Agricultura e do deputado federal Luiz Henrique Mandetta (MS) para a Saúde. Ambos são do partido de Onyx Lorenzoni.
“Quem escolheu a Tereza Cristina foi a bancada ruralista. Quem indicou o Mandetta (futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta) foi a bancada de saúde da Câmara. Se fosse do PSDB, teria sido acolhido por mim da mesma maneira”, declarou Bolsonaro a um grupo de repórteres.