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Política Bolsonaro diz a advogado que “nem o primeiro passo” para o golpe foi dado

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Primeira Turma da Corte avalia se torna ex-presidente e aliados réus. (Foto: Gustavo Moreno/STF)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu nessa terça-feira (25) as acusações contra ele sobre uma suposta trama golpista e afirmou que não seria possível dar um golpe de Estado com dois generais da reserva e três coronéis.

As declarações foram feitas em conversa com o advogado Eumar Novacki, que defende o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, durante o intervalo da sessão da Primeira Turma que analisa a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

“[Para fazer um] Golpe, tem que se preparar. Mais para o dia seguinte. [Conversar com] autoridades, gente de fora do Brasil. Não é assim golpe. Pegar dois generais da reserva, três coronéis e vamos dar golpe”, disse Bolsonaro.

Bolsonaro também afirmou que “nem o primeiro passo foi dado” para decretar um possível Estado de Defesa, o que a PGR diz que propôs aos comandantes das Forças Armadas. O ex-presidente destacou que, para utilizar esse mecanismo, a Constituição determina que seria necessário ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional.

“Começa convocando os conselhos. Nem o primeiro passo foi dado.”

Mensagem

Mais cedo, Bolsonaro enviou uma mensagem a aliados mais próximos na qual nega ter participado de um plano para permanecer no poder mesmo após a derrota eleitoral de 2022. O texto foi distribuído pouco antes do início do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode torná-lo réu por tentativa de golpe. No texto compartilhado em grupos de WhatsApp e Telegram, Bolsonaro também afirmou que “confia na justiça”.

O ex-mandatário elenca pontos que, em sua versão, comprovariam uma perseguição política do Judiciário. Ele afirma que o julgamento tem por objetivo impedi-lo de participar das próximas eleições presidenciais, em 2026. “Me acusam de um crime que jamais cometi – uma suposta tentativa de golpe de Estado. Conversei com auxiliares alternativas políticas para a Nação, mas nunca desejei ou levantei a possibilidade da ruptura democrática”, afirma o ex-presidente.

Bolsonaro cita ainda ter um filho “obrigado a morar nos EUA” por causa de perseguição política, em referência a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do mandato de deputado. O parlamentar, contudo, não é alvo de acusação sobre participação na tentativa de golpe.

No texto, o ex-presidente também critica a condução da investigação por Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, chamando o episódio de “jabuticaba judicial”.

“O relator do processo é, ao mesmo tempo, vítima, investigador e julgador de sua própria causa – outra aberração, uma verdadeira “jabuticaba judicial”, impensável e inimaginável em verdadeiras democracias e num pleno Estado Democrático de Direito”, diz Bolsonaro.

Mais cedo, Bolsonaro desembarcou em Brasília e se disse “tranquilo”. O entorno do ex-mandatário espera um revés por unanimidade nos votos dos ministros do Supremo. A expectativa é de um 5 a 0 para que a Primeira Turma do STF aceite abrir uma ação penal contra os citados pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Votarão os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Nos últimos dias, a defesa de Bolsonaro se frustrou por não conseguir tirar Zanin e Dino do julgamento sob o argumento de suspeição, já que eles processaram o ex-presidente no passado.

Bolsonaro voltou a reforçar a tese de que não deveria ser julgado pela Primeira Turma do Supremo.

“Minha defesa vai contestar o foro. Estou tranquilo, nada dessa defesa se sustenta. Eu espero a justiça, apenas isso. As acusações são feitas de forma parcial pela Polícia Federal. Os advogados vão levantar a tese do foro. A Lava-Jato teve mais de 200 delações, enquanto o meu processo é baseado em apenas uma delação. Nos deram 15 dias para me defender de um processo com mais de cem mil páginas”, disse o ex-mandatário.

Além de Bolsonaro, foram acusados pela Procuradoria-Geral da República: o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, o ex-ministro da Justiça Paulo Sérgio Nogueira, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.

Para mobilizar a opinião pública, parlamentares aliados de Bolsonaro devem fazer cortes semelhantes, contestando trechos das falas dos ministros e compartilhando nas redes. A mobilização se justifica também por outro motivo: há uma preocupação de não parecer que Bolsonaro encontra-se “ilhado”, sem apoios, e que isso se some às críticas à manifestação esvaziada que pôde ser vista neste mês, no Rio. A ideia é que os apoiadores de Bolsonaro demonstrem uma crescente na atuação nas redes até a manifestação que vai ocorrer em São Paulo. (Com informações do jornal O Globo)

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Bolsonaro “fez questão” de assistir ao julgamento, diz advogado
https://www.osul.com.br/bolsonaro-diz-a-advogado-que-nem-o-primeiro-passo-para-o-golpe-foi-dado/ Bolsonaro diz a advogado que “nem o primeiro passo” para o golpe foi dado 2025-03-25
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