Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de maio de 2019
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (23) que não vê problema em uma criança de 8 a 10 anos praticar tiro esportivo, desde que, “obviamente”, acompanhada por um responsável. Segundo o presidente, é preciso ensinar para menores que arma de fogo é um objeto perigoso.
Bolsonaro participou de um café com jornalistas no Palácio do Planalto, no qual comentou o novo decreto sobre armas e munição publicado pelo governo na quarta-feira (22). O novo decreto fixou em 14 anos a idade mínima para praticar tiro esportivo e determinou a exigência de autorização de ambos os responsáveis do adolescente, ou de apenas um deles, na falta do outro.
O texto anterior, publicado pelo governo em 8 de maio, não estabelecia limite de idade e permitia a prática de tiro com o aval de apenas um dos responsáveis legais. Antes dos decretos, crianças e adolescentes só podiam praticar tiro com autorização judicial.
O presidente falou sobre a prática de tiro por menores ao responder se estava frustrado com as mudanças no decreto que flexibilizou o uso de armas no país. A flexibilização era uma promessa de campanha do presidente.
Bolsonaro disse que recuou em alguns pontos para não perder todas as mudanças estabelecidos pelo primeiro decreto, já que há questionamentos na Justiça em relação à medida. Em seguida, Bolsonaro relatou que seus filhos praticaram tiro desde muito jovens.
Crítica
Ao contrário dos filósofos e intelectuais que o presidente Jair Bolsonaro tanto critica, Luiz Felipe Pondé sempre se colocou à direita no espectro ideológico. Defensor de bandeiras liberais, tanto na economia quanto nos costumes, o filósofo e escritor brasileiro era comumente criticado por seus pares por defender um Estado menor e a economia de mercado.
Para ele, o liberalismo “dentro de todas as políticas econômicas, é a que parece menos ruim”. O filósofo, no entanto, não está nem um pouco satisfeito com o governo de direita de Bolsonaro, que vem se afastando cada vez mais do perfil liberal que prometera durante as eleições. E parte da culpa dessa instabilidade, para o filósofo, é do seu companheiro de profissão, Olavo de Carvalho.
Não por acaso, Pondé acredita que Bolsonaro tem potencial de ser uma liderança nacional populista, aos mesmos moldes do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e do vice-primeiro ministro italiano Mateo Salvini. Quer dizer, existe um obstáculo: para o filósofo, Bolsonaro é burro. “Ele é burro. Pode escrever isso. Ele é burro, segue um intelectual paranoico e se deixa influenciar pelos filhos que não entendem nada de sociedade e de convívio democrático”, disse Pondé.