O presidente da República, Jair Bolsonaro, fez elogios ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, no sábado (04), ao defender no Twitter a aprovação, pelo Congresso, dos projetos de lei anticrime encaminhados pelo ex-juiz da Operação Lava-Jato.
“O @JusticaGovBR (nome da conta do Ministério da Justiça), @SF_Moro (nome da conta pessoal de Moro) inaugurou o Centro Integrado de Inteligência Nacional. O objetivo é ampliar a troca de informações entre forças policiais, reforçando o combate ao crime organizado e tráfico de armas e drogas. Aguardamos apreciação do Pacote anticrimes pelo Congresso”, disse o presidente da República no Twitter.
Os projetos de lei são a principal bandeira de Moro desde que decidiu aceitar o convite do presidente para assumir o ministério. Ele conta com o apoio do presidente para aprovação na Câmara e no Senado, embora a grande prioridade do governo seja a reforma da Previdência.
Nas últimas duas semanas, as declarações do presidente e do ministro revelaram um descompasso entre os dois. Há nove dias, Bolsonaro disse não se opor à saída do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) do Ministério da Justiça – e a transferência do órgão ao Ministério da Economia – como parte das negociações com o Congresso para aprovação da MP (Medida Provisória) que reorganizou os ministérios.
“Não me oponho em voltar o Coaf para o Ministério da Economia, apesar do Paulo Guedes estar com muita coisa. Falei com o Fernando Bezerra [relator da MP] sobre o assunto. Tem um ponto ou outro. Se não aprovar será uma bagunça. Teremos que ter mais sete ministros”, disse Bolsonaro.
O ministro reagiu prontamente, afirmando que isso seria prejudicial para o órgão, que está sendo reforçado sob sua supervisão. “Estamos conversando com os parlamentares para manter o Coaf no Ministério da Justiça e Segurança Pública e esperamos convencê-los. Isso favorece a integração e utilização da inteligência do Coaf no enfrentamento da criminalidade mais grave pelo MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), inclusive de organizações criminosas”, disse Moro.
Na semana passada, Bolsonaro afirmou que enviaria ao Congresso um projeto para isentar pena de produtor rural que atirar em invasão de terras. “A propriedade privada é sagrada e ponto final”, comentou o presidente em um dos maiores eventos do agronegócio do País. Moro, em seguida, ao ser questionado sobre o tema relacionado à área do ministério que chefia, disse que ainda era “prematuro discutir essas questões sem que nós tenhamos ela ainda como uma política pública absolutamente delimitada”.