Em passagem por Juiz de Fora para o comício eleitoral do candidato à prefeitura, Charlles Evangelista (PL), o ex-presidente Jair Bolsonaro focou seu discurso em críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes. O evento aconteceu na tarde de sexta-feira (6), dia em que se completa seis anos do atentado sofrido pelo ex-presidente na cidade, e na esquina onde ele foi esfaqueado.
Antes de discursar, Bolsonaro se emocionou enquanto abraçava o filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL). O filho “01”, inclusive, iniciou seu discurso acusando “militantes da extrema-esquerda” de terem tentado matar Bolsonaro, disse que o pai é “escolhido por Deus” e gritou, com a multidão, “volta Bolsonaro”, indicando um desejo de que o ex-presidente dispute, novamente, a presidência da República em 2026. Jair Bolsonaro foi considerado inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder.
Durante seu discurso, Bolsonaro elogiou o candidato do PL na cidade, Charlles Evangelista, e disse que é importante que o partido vença em Juiz de Fora contra a candidata do PT, a prefeita Margarida Salomão. Entretanto, sua fala foi mais focada para convocar eleitores a participarem dos atos deste sábado, 7 de setembro, quando ocorre uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
“Não iremos lá comemorar a independência, porque não existe país independente com seu povo sem liberdade. Vamos desafiar o sistema que comecei a abrir suas vísceras há 6 anos. Nós mostramos para o Brasil o que é o STF. Aquele ministro do STF [Alexandre de Moraes] não dá mais, ele age como um obcecado para perseguir a minha pessoa”, discursou Bolsonaro.
O ex-presidente relembrou, ainda, ou atos do dia 8 de janeiro de 2023, quando opositores do presidente Lula (PT) invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília. Bolsonaro afirmou que um “pressentimento” o fez sair do país naquela época e disse que, se tivesse ficado, teria sido “preso ou morto, porque o sistema me quer morto”. Ele criticou, ainda, a prisão dos manifestantes, e disse que o país possui “órfãos de pais vivos”, em referência às pessoas presas em Brasília por depredação pública e tentativa de golpe.
Ao fim de seu discurso, eleitores presentes no comício cantaram parabéns para Bolsonaro, em alusão ao que chamam de seu “renascimento” após o atentando de 2018.
Discurso nacionalizado
Durante sua fala na tarde de sexta-feira, Bolsonaro relembrou suas ações durante a pandemia de Covid-19 e disse que não se arrepende de nada. Além disso, ele voltou a repetir que as vacinas não têm eficácia comprovada. “Eu não errei nenhuma das minhas observações sobre a pandemia. Não obriguei ninguém a se vacinar, mas é algo que não tem comprovação científica até hoje”, afirmou.
Na última quinta-feira (5 de setembro), o ex-presidente também já havia falado que “não errou” em sua conduta durante a pandemia. A declaração foi feita durante um evento de campanha de Bruno Engler, candidato à prefeitura de Belo Horizonte lançado pelo Partido Liberal.
O ex-presidente também enfatizou durante sua fala, que não tem ambição pelo poder e fez um aceno ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL), ao falar que os jovens são o futuro da direita no país. “Não tenho obsessão pelo poder, tenho paixão pelo Brasil. Deus me deu uma segunda vida e um mandato presidencial”
Bolsonaro ainda relembrou a acusação de assédio sexual feita pela ministra Aniellle Franco contra o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Ele classificou a denúncia como uma “vergonha”. “Ninguém esperava minha eleição em 2018, mas aconteceu uma falha no sistema. Agora temos até um ministro acusado de assédio sexual, uma vergonha. Mas temos como mudar isso”, afirmou.
Quer conhecer outros políticos que concorrem ao pleito? Confira a lista de candidatos a prefeito e vereador de todas as cidades do Brasil nestas Eleições 2024. As informações são do jornal O Tempo.