Terça-feira, 07 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2020
O presidente ainda disse que casos de violência são vivenciados por todos e que não adianta dividir o sofrimento.
Foto: Marcos Corrêa/PRSem citar o caso da morte de um homem negro por espancamento em um supermercado Carrefour, em Porto Alegre, o presidente da República, Jair Bolsonaro, foi às redes sociais no fim do Dia da Consciência Negra, na sexta-feira (20) afirmar que é “daltônico” para a cor da pele e que o Brasil tem questões mais complexas do que problemas raciais.
“O Brasil tem uma cultura diversa, única entre as nações. Somos um povo miscigenado. Brancos, negros, pardos e índios compõem o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso. Em uma única família brasileira podemos contemplar uma diversidade maior do que países inteiros”, começou Bolsonaro.
“Foi a essência desse povo que conquistou a simpatia do mundo. Contudo, há quem queira destruí-la, e colocar em seu lugar o conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre classes, sempre mascarados de ‘luta por igualdade’ ou ‘justiça social’, tudo em busca de poder”, continuou o presidente.
Bolsonaro disse que o grande mal do País é a corrupção moral, política e econômica. “Estamos longe de ser perfeitos. Temos, sim, os nossos problemas, problemas esses muito mais complexos e que vão além de questões raciais. O grande mal do país continua sendo a corrupção moral, política e econômica. Os que negam este fato ajudam a perpetuá-lo”, afirmou.
O presidente ainda disse que casos de violência são vivenciados por todos e que não adianta dividir o sofrimento.
“Não adianta dividir o sofrimento do povo brasileiro em grupos. Problemas como o da violência são vivenciados por todos, de todas as formas, seja um pai ou uma mãe que perde o filho, seja um caso de violência doméstica, seja um morador de uma área dominada pelo crime organizado”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro afirmou que um povo dividido é um povo vulnerável e fácil de ser controlado. “Existem diversos interesses para que se criem tensões entre nosso próprio povo. Um povo unido é um povo soberano, um povo dividido é um povo vulnerável. Um povo vulnerável é mais fácil de ser controlado. E há quem se beneficie politicamente com a perda de nossa soberania”, continuou.
O presidente afirmou que como homem e pelo seu cargo, é daltônico para a cor da pele.
“Não nos deixemos ser manipulados por grupos políticos. Como homem e como Presidente, sou daltônico: todos têm a mesma cor. Não existe uma cor de pele melhor do que as outras. Existem homens bons e homens maus. São nossas escolhas e valores que fazem a diferença”, declarou o presidente.
Por fim, disse que o lugar de quem “instiga o povo à discórdia” é no lixo.
“Aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história. Quem prega isso, está no lugar errado. Seu lugar é no lixo!”, finalizou Bolsonaro.
Também na sexta-feira o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o racismo não existe no Brasil.
– O Brasil tem uma cultura diversa, única entre as nações. Somos um povo miscigenado. Brancos, negros, pardos e índios compõem o corpo e o espírito de um povo rico e maravilhoso. Em uma única família brasileira podemos contemplar uma diversidade maior do que países inteiros.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) November 21, 2020