Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 20 de novembro de 2022
O presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado na eleição presidencial, disse que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria ter tomado posse logo após o resultado. O presidente atual teria questionado a interlocutores sobre o tempo que é preciso esperar para que Lula tome posse.
O presidente eleito só tomará posse no dia 1º de janeiro de 2023.
Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Bolsonaro defende uma alteração na lei, para que assim o novo presidente eleito tome posse “logo depois de abertas as urnas”.
Ainda de acordo com a coluna da Folha, Bolsonaro disse que a espera, desde o resultado das eleições, até a posse de Lula, é “aflitiva”. Para Bolsonaro, o presidente que está deixando o cargo “já não tem mais poder algum e suas opiniões não têm relevância”.
De acordo com o interlocutor, Bolsonaro passou a impressão de estar chateado e triste com a derrota para Lula.
Silêncio estratégico
O presidente Jair Bolsonaro (PL) adotou a reclusão e o silêncio após as eleições. Há um fator médico que justifica essa decisão: ele está com uma infecção na perna, segundo relatou o vice-presidente Hamilton Mourão. Alguns aliados mais próximos de Bolsonaro afirmam que ele não está abatido tampouco depressivo por causa da derrota no segundo turno – rumores que circulam nos bastidores. Segundo eles, o silêncio é estratégico: nos bastidores, Bolsonaro articula a contestação judicial do resultado da eleição presidencial.
Bolsonaro teria debatido nos últimos dias a possibilidade de contestar judicialmente a vitória nas urnas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A estratégia seria contestar o resultado baseado na auditoria encomendada pelo próprio PL, além do relatório de fiscalização do sistema eletrônico de votação elaborado pelas Forças Armadas e encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – que não apontou fraude, mas também não excluiu essa possibilidade.
Além dessa argumentação para contestar judicialmente o resultado das urnas, a ação judicial seria uma forma de Bolsonaro dar uma resposta às manifestações populares nos quartéis militares. O presidente, seu “núcleo duro” e aliados entendem que um pedido de anulação ao TSE é legítimo e constitucional.
Apesar disso, Bolsonaro tem conhecimento de que uma vitória é improvável no TSE ou em um possível recurso no Supremo Tribunal Federal (STF). Nesse contexto, de rejeição judicial, o plano de curto e médio prazo traçado é assumir a liderança da oposição a Lula.
Segundo aliados, Bolsonaro vai aceitar o convite de Costa Neto para assumir a presidência de honra do PL e vai viajar o país a fim de manter seu capital político e a militância engajada.