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Bolsonaro diz que não tomará vacina; ciência recomenda imunização de quem já teve covid

Presidente disse em outros momentos que poderia ser o último brasileiro a receber o imunizante. (Foto: Alan Santos/PR)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que decidiu não se vacinar contra a covid-19. A declaração foi dada em entrevista na noite de terça-feira (12) à rádio Jovem Pan.

Bolsonaro argumentou que tem anticorpos contra a doença porque já teve coronavírus, o que tornaria a vacinação desnecessária.

Especialistas, entretanto, recomendam que mesmo quem já teve covid tome a vacina. A razão para isso é que a vacinação produz uma imunização mais duradoura do que a resultante de infecção natural pela doença.

Além disso, a vacinação, apontam os cientistas, deve mobilizar a sociedade inteira para ser mais eficiente. A pessoa que se vacina não está protegendo só a si mesma, mas também aos demais, na medida em que contribui para restringir a circulação do vírus. Tanto que, de acordo com a ciência, uma vacinação efetiva deve contar com mais de 80% de adesão da população.

Até então, Bolsonaro vinha dizendo que seria o último brasileiro a ser vacinado. Agora, diz que não se vacinará.

“No tocante à vacina, eu decidi não tomar mais a vacina. Eu estou vendo novos estudos, eu estou com o meu, a minha imunização está lá em cima, IGG está 991. Para que eu vou tomar uma vacina? Seria a mesma coisa que você jogar na loteria R$ 10 para ganhar R$ 2. Não tem cabimento isso daí”, disse o presidente à rádio.

Bolsonaro tem 66 anos de idade, dentro do grupo de risco para covid-19. O presidente é crítico da obrigatoriedade de receber a vacina e defende o tratamento da doença com medicamentos cuja ineficácia é comprovada pela ciência.

No mês passado, por não estar vacinado, o presidente teve de encarar restrições durante viagem a Nova York para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Na oportunidade, a primeira-dama Michelle Bolsonaro foi vacinada nos EUA, sendo alvo de críticas por políticos e especialistas no Brasil.

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