Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2023
Bolsonaro (foto) foi uma das primeiras pessoas que Javier Milei convidou quando foi eleito no segundo turno das eleições argentinas em 19 de novembro
Foto: ReproduçãoO ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro acompanhou nesse domingo (10) a posse de Javier Milei como presidente da Argentina. Ele ficou no mesmo patamar que líderes em exercício como os Luis Lacalle Pou (presidente do Uruguai), Gabriel Boric (presidente do Chile) e Volodymyr Zelensky (presidente da Ucrânia).
O mandatário brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva não esteve presente no evento, mas enviou o chanceler Mauro Vieira em seu lugar. Bolsonaro desembarcou no país vizinho na última quinta-feira (7), com uma comitiva de 50 pessoas – dentre elas representantes da direita como os governadores de São Paulo (Tarcísio de Freitas), Santa Catarina (Jorginho Melo) e Rio de Janeiro (Cláudio Castro) – e provocou alvoroço nas ruas de Buenos Aires.
Bolsonaro foi uma das primeiras pessoas que Milei convidou quando foi eleito no segundo turno das eleições argentinas em 19 de novembro.
Sob incertezas se Lula iria a Buenos Aires depois de Milei o haver chamado de “comunista” e “corrupto” durante sua campanha, além de acusá-lo de interferir no pleito argentino, Lula indicou horas depois que não participaria do evento.
Milei tentou amenizar o mal-estar gerado, enviando sua futura chanceler, Diana Mondino, para se reunir com Mauro Vieira e entregar uma carta direta para Lula, convidando-o para a posse.
“Desejo que o tempo em comum como presidentes e chefes de governo seja uma etapa de trabalho frutífero e construção de laços que consolidem o papel que Argentina e Brasil podem e devem cumprir como nações”, escreveu Milei, em um movimento vistos por analistas na época como tentativa de desfazer os ditos anteriores. Lula manteve a posição de não ir ao evento.
Encontro
Milei recebeu nesse domingo na Casa Rosada, o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. O encontro aconteceu após a posse, durante o cumprimento a autoridades e convidados.
Durante o discurso de posse do novo presidente argentino, Bolsonaro sentou ao lado de outros chefes de Estado, em cima do palco.
No dia da cerimônia, ao chegar ao Congresso Nacional, o ex-presidente foi ovacionado e cumprimentou os apoiadores que compareceram à posse de Milei.
Vitória
O economista ultraliberal Javier Milei, do partido A Liberdade Avança, venceu Sergio Massa no dia 19 de novembro por 55% a 44%.
Economista de formação, Milei se promoveu como um nome de fora da política tradicional que diz querer combater o que chama de “casta política” da Argentina.
Antes de se aproximar da política, ele atuou no setor privado, trabalhando em banco e em uma empresa que administrava aposentadorias e pensões. Também chegou a atuar como economista-chefe da Fundação Acordar, ligada ao peronista e ex-candidato à Presidência Daniel Scioli.
Professor universitário, Milei só se tornou mais conhecido do público argentino ao passar a ser convidado para falar em programas de rádio e, especialmente, TV.
Em 2021, com um discurso inflamado “contra tudo e contra todos”, venceu sua primeira eleição para o cargo de deputado federal por seu partido A Liberdade Avança, fundado no mesmo ano.
Ele costuma ser comparado por analistas políticos ao ex-presidente americano Donald Trump e ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
A vida pessoal de Milei se tornou assunto na campanha com a publicação de uma biografia não autorizada pelo jornalista Juan Luis González, que mostra a relação do economista com o esoterismo depois da morte do cachorro dele, Conan, em 2017.
Hoje, são quatro cachorros, todos mastins ingleses que pesam 90 quilos, segundo a imprensa argentina: Murray, Milton, Robert e Lucas. Milei costuma dizer que ele são “seus filhos de quatro patas” e ainda se refere a Conan, como quando discursou após vencer as prévias. “Obrigado, Conan, Murray, Milton, Robert e Lucas”, disse Milei em 13 de agosto.
Os nomes dos cachorros homenageiam economistas que Milei admira: Murray Rothbard, Milton Friedman e Robert Lucas. Já o nome de Conan é uma referência ao filme “Conan, o Bárbaro”, de 1982.