Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 2 de junho de 2023
O ex-presidente Jair Bolsonaro evitou criticar o sucessor Luiz Inácio Lula da Silva pela indicação de Cristiano Zanin Martins para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). “Competência privativa do presidente”, respondeu ele ao ser questionado sobre a decisão do atual chefe do Executivo, confirmada. À convite do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Bolsonaro acompanhou a formatura de oficiais da Polícia Militar de São Paulo na manhã dessa sexta-feira (2).
Durante o evento, cercado de aliados, o ex-presidente viu seu ex-ministro – agora à frente do Palácio dos Bandeirantes – ocupar o posto de principal autoridade da cerimônia. O senador Marcos Pontes (Republicanos-SP), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) também participaram da solenidade, que ocorreu na zona norte da cidade. Outros parlamentares, especialmente representantes da chamada “Bancada da bala”, na Assembleia Legislativa de São Paulo, também estiveram presentes. Apesar da familiaridade com a pauta militar, Bolsonaro foi um dos poucos a não cantar o hino da Academia do Barro Branco.
O ex-presidente está em São Paulo desde quinta-feira (1°), quando se submeteu a exames de rotina. Ele foi convidado a se hospedar no Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista e residência oficial do governador Tarcísio. À noite, assistiu de camarote a uma partida entre o São Paulo Futebol Clube e o Sport Recife, no estádio do Morumbi, onde foi recebido por gritos de apoio e vaias por parte da torcida.
O próprio Bolsonaro já havia sido alvo de ataques de Lula por suas indicações ao STF, em especial à do ex-ministro da Justiça André Mendonça. Durante debate no segundo turno da campanha eleitoral, por exemplo, o então candidato petista condenou a “amizade” como critério de escolha.
Durante o governo Bolsonaro, o ex-presidente declarou que indicaria ao STF nomes que pudessem defender seus interesses e pautas no tribunal. Seus escolhidos foram os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça; esse segundo sendo seu ministro da Justiça, amigo próximo e “terrivelmente evangélico”, um dos desejos do ex-chefe do Executivo para a Corte. O fato foi explorado por Lula durante a campanha eleitoral de 2022, que agora contradiz o próprio discurso.