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Política Bolsonaro evoca a coragem de Dilma ao comparecer frente aos seus algozes do Supremo

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A foto de Dilma Rousseff, altiva, frente a uma junta de militares envergonhados, tornou-se uma poderosa arma de propaganda política da ex-presidente. (Foto: Reprodução)

Coragem é um dos ativos simbólicos mais importantes na política. Por atitudes como estar fora do Brasil durante a posse de Lula, hospedar-se por uns dias numa embaixada húngara – talvez com receio de ser detido pela polícia – deixar-se filmar às lagrimas em ocasiões públicas, ver seu filho deputado se autoexilar nas proximidades da Disneylândia, em Orlando (EUA), esse pré-requisito estava em falta no conjuntos de atributos que o ex-presidente Jair Bolsonaro poderia apresentar neste momento à nação, em especial aos seus mais empedernidos seguidores.

Vejamos o caso de uma de suas adversárias políticas mais antagônicas, Dilma Rousseff. Provavelmente é uma das principais responsáveis pela fratura econômica que o Brasil sofreu entre os anos de 2015 e 2016, cujas consequências nefastas ainda não conseguimos superar.

Mas não haveria quase ninguém a dizer que faltaria à ex-presidente o atributo da coragem. É uma virtude que fica para a história. A foto divulgada de Dilma Rousseff, ainda nos tempos de prisão, altiva, frente a uma junta de militares envergonhados, tornou-se uma poderosa arma de propaganda política da ex-presidente.

Ninguém, por mais competente e eficaz que seja na administração pública, quer ficar para a posteridade com fama de covarde. Mas tal rumor começou a pairar sobre Bolsonaro. Já estava precificado que iria pedir asilo em algum país amigo antes de sua condenação efetiva – que deve levá-lo para uma temporada na prisão por tentativa fracassada de golpe de Estado. E Bolsonaro fez a carreira pública como homem, machão, provedor, que não iria dar espaço para o “mi-mi-mi”, como se referia a quem se apresentava como vítima da sociedade.

Por esses motivos, com toda a evidência, que Bolsonaro em pessoa compareceu no Supremo Tribunal Federal para acompanhar a aceitação de sua denúncia pela Procuradoria Geral da República. Estava com uma medalha de um ato seu de fato considerado heroico. Salvou um colega seu – “negro”, como já fez questão de afirmar – que se afogava em um pântano durante treinamento militar. A história está bem contada no livro do ex-repórter do Estadão, Luiz Maklouf Carvalho, O cadete e o capitão, da editora Todavia.

Talvez a ideia de Bolsonaro era se parecer com o presidente Donald Trump, que foi ao Tribunal acompanhar um processo sobre abuso sexual. Mas estamos no Brasil. Para os bolsonaristas, o impacto será análogo à de Dilma junto aos petistas. Do ponto de vista político – em que a guerra real é em parte substituída pela luta simbólica- é melhor ficar perante os seus como mártir do que como fujão. A questão é saber se terá coragem para isso até o fim. (Opinião por Fabiano Lana, do jornal O Estado de S. Paulo)

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