Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 1 de julho de 2023
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que sofre uma “perseguição” desde que deixou o Executivo. A declaração foi dada a jornalistas na noite de sexta-feira (30) ao desembarcar em Brasília depois de viagem a Belo Horizonte (MG).
“Nós temos algo justo no Brasil? Eu estou há 6 meses fora do governo. Nem estava aqui no Brasil no 8 de Janeiro, continua a perseguição o tempo todo. Vira e mexe me fazem a pergunta: ‘Está com medo de ser preso?’. Tudo pode acontecer”, declarou.
As declarações ocorreram no mesmo dia em que Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral por cometer abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação devido à sua participação em uma reunião com embaixadores estrangeiros, na qual fez alegações infundadas contra o sistema eleitoral. O placar do julgamento encerrou em 5 a 2 e decidiu que Bolsonaro está inelegível até 2030.
“Qualquer um pode ser preso e não se diz o motivo e ponto final. A busca e apreensão na minha casa não teve aval. O MP foi contrário. A prisão dos meus assessores, o MP não deu aval. Foi o contrário. Não concordou com aquilo”, disse.
A fala do ex-chefe do Executivo é em referência à operação da PF (Polícia Federal) realizada em 3 de maio, em que resultou na prisão de Mauro Cid, que atuou como ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
“Agora, onde vamos parar? O que querem? Me tiraram? Sim, ao que tudo indica, me tiraram. O Lula é democrata? Nem vou falar em corrupção. O Lula é paz e amor? O Lula é a solução para o Brasil? O Lula é menos ódio?”, questionou.
Outros processos
O Tribunal Superior Eleitoral agora se prepara para enfrentar outras possíveis acusações de crimes eleitorais. Enquanto Bolsonaro recorrerá ao Supremo Tribunal Federal e ao próprio TSE para contestar a sua inelegibilidade de 8 anos, sua defesa tem agora outros 15 casos que podem agravar ainda mais a situação do capitão.
Um dos processos com mais chance de ser adiantado é uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral que trata de ataques recorrentes de Bolsonaro contra o sistema eleitoral. Nesse caso, já existe um relatório preliminar elaborado pelo atual relator Benedito Gonçalves, que destaca várias mentiras proferidas pelo ex-presidente em relação às urnas.
Na AIJE, também são acusados Eduardo e Flávio Bolsonaro, além de Braga Netto e outros cinco congressistas. A ação foi protocolada pela coligação de Lula.
Há outro caso que já foi analisado pela Corregedoria-Geral Eleitoral e trata do uso da Jovem Pan para propaganda política ilegal. Nesse caso, o presidente da emissora, Antônio Augusto de Carvalho Filho, o Tutinha, também é acusado.