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Bolsonaro indiciado no caso das joias: saiba quem saiu em defesa do ex-presidente

O hospital o atendeu em 2018 após o atentado com uma faca durante a campanha eleitoral à presidência. (Foto: EBC)

Após a Polícia Federal (PF) indiciar – na semana passada – Jair Bolsonaro e outros 11 investigados no caso das joias sauditas, ex-ministros e aliados políticos saíram em defesa do ex-presidente. Principal argumento: o político responsável pelo governo do Brasil entre 2019 e 2022 é “vítima de perseguição”.

O inquérito enquadra Bolsonaro nos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro pela venda ilegal dos itens oficialmente presenteados à Presidência do Brasil pela monarquia árabe no período. Se condenado, ele estará sujeito a penas que, somadas, vão de 10 a 32 anos de prisão.

Alegações dos filhos

Filho mais velho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) comentou no X (antigo Twitter) que o indiciamento é uma “perseguição declarada e descarada”. Também garantiu que as joias foram devolvidas ao patrimônio da União e que, portanto, não se pode falar em prejuízo ao erário.

O parlamentar sugeriu, ainda, que há parcialidade na atuação dos investigadores e que um grupo da PF foi “escolhido a dedo” para atuar no inquérito. Seu texto foi replicado pelo irmãos Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ), respectivamente deputado federal e vereador.

Sóstenes Cavalcante

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) replicou em seu perfil do X o texto publicado pelo primogênito do ex-presidente, que integra o mesmo partido. Ele falou em “solidariedade total e irrestrita” e bateu em uma tecla comum entre os bolsonaristas: “Fazem de tudo para culpá-lo, mas todo mundo sabe que Bolsonaro não é corrupto”.

Ciro Nogueira

Chefe da Casa Civil no governo de Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) definiu o ex-presidente como “um homem de bem” e “de caráter e honestidade insuperáveis”. Ele postou no X mais uma afirmação: “Igual a Bolsonaro até pode ter, por mais honesto é impossível”.

Sérgio Moro

O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Operação Lava-Jato e ministro da Justiça de Bolsonaro, insinuou haver “diferença de tratamento” entre o ex-presidente e o atual. O ex-juiz aludiu ao caso dos contêineres e relembrou que, nesta ocasião, Lula não foi indiciado por peculato, “dada a ambiguidade da lei” vigente.

Gustavo Gayer

Já o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) comparou a atuação da Polícia Federal à da Gestapo, polícia secreta do regime nazista (1933-1945). Ele também disse que a corporação age a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) para perseguir opositores de Bolsonaro: “Estão desesperados para desgastar um líder político que leva milhões de pessoas pras ruas”.

Rogério Marinho

Também ex-ministro de Bolsonaro e atualmente líder da oposição no Senado, o senador Rogério Marinho (PL-RN) afirmou que o indiciamento no caso das joias abre um “precedente” preocupante ao presidente Luiz Inácio da Lula (PT), pois o petista também esteve envolto em imbróglio jurídico sobre presentes recebidos em seus dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2010.

Mas a acusação ao atual mandatário não procede: em 2016, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) no acervo de presentes recebidos por Lula e por sua sucessora Dilma Rousseff (2011-2016) resultou na determinação de que mais de 700 peças fossem devolvidas à União.

A legislação da época não era clara sobre o destino adequado desse tipo de presente, mas praticamente todos os itens foram devolvidos. Somente oito objetos não foram localizados, mas Lula compensou o valor correspondente ao lote (R$ 11,7 mil) em dez prestações.

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