Por Redação O Sul | 12 de março de 2025
Irritado com o movimento de setores da direita que querem afastar Jair Bolsonaro da disputa de 2026, o ex-presidente fez questão de marcar território e, na última terça-feira (11), em evento público ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disparou: “Ele vai para reeleição e eu para presidente”.
Na avaliação de seus aliados, essa declaração foi uma resposta direta a esse movimento, uma espécie de vacina para evitar que ele seja retirado do páreo sem poder escolher seu sucessor. Ao mesmo tempo, essa fala também representa uma estratégia de Bolsonaro para “esticar a corda” e continuar centralizando o debate sobre sua candidatura, desafiando as articulações contrárias a seu nome.
O plano A de Bolsonaro, segundo fontes próximas, é se manter na disputa presidencial até que o Judiciário rejeite todos os recursos de inelegibilidade. Ele acredita que sua causa pode ser revertida ao longo do tempo, e tem se preparado para esse cenário. Caso isso não aconteça, Bolsonaro já admite que só apoiará alguém da sua família em uma chapa presidencial. Isso está alinhado com a estratégia de garantir que, se ele não puder ser o candidato, algum membro de sua família continue representando o campo bolsonarista.
Diferente de Tarcísio, que precisaria se descompatibilizar do cargo de governador até abril do ano eleitoral para se candidatar à presidência, Michelle Bolsonaro, por exemplo, poderia ser candidata até o final do período de registro de candidaturas.
Atualmente, Bolsonaro está inelegível por oito anos, devido a uma condenação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023. Ele não pode concorrer nas eleições de 2026, o que o coloca em uma posição delicada. Contudo, o ex-presidente afirmou que tem “esperança” de reverter essa inelegibilidade. “É o tempo. Eu tenho esperança. Não tenho obsessão pelo poder, tenho paixão pelo Brasil. Daqui duas semanas, faço 70 anos de idade e quero continuar fazendo isso aí”, declarou Bolsonaro, reafirmando sua vontade de seguir atuando na política nacional.
Caso não consiga reverter sua inelegibilidade, Bolsonaro afirmou que não tem um substituto claro. “Está no meu testamento quem vai ser meu sucessor”, afirmou.
Ato
Além disso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, confirmou presença em um ato pró-anistia organizado por Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. O evento ocorrerá na praia de Copacabana, no domingo (16), e está sendo promovido pelo pastor Silas Malafaia.
Este será o primeiro grande ato público de apoio ao ex-presidente fora de São Paulo, já que Tarcísio havia participado apenas de manifestações na Avenida Paulista até o momento.
