O presidente Jair Bolsonaro cansou de apostar na relação com os presidentes da Câmara e do Senado, a cujo partido entregou o controle de ministérios importantes, como Saúde e Cidadania, mas, apesar disso, segundo avalia o Planalto, a dupla está sempre jogando para a plateia, em prejuízo do governo. Em atitude pragmática, ele abriu entendimento com o “centrão” (ou “blocão”) que na Câmara soma 351 deputados e no Senado tem a maior bancada. Tenta a tranquilidade que não conseguiu estabelecer com Davi Alcolumbre e seu influenciador Rodrigo Maia.
Maioria tentadora
Um eventual entendimento com o blocão pode garantir aquela maioria que o atual governo ainda não teve, e já a partir de 2020.
Coalizão de volta
Aliados do governo defendem a volta do “presidencialismo de coalizão”, mas sem a corrupção que o caracterizou nos governos de PT e PSDB.
Sem chantagens
Os políticos gostaram da iniciativa de Bolsonaro, exceto Maia e Alcolumbre e o DEM, claro, porque perdem poder. E muitos cargos.
Contagem regressiva
O presidente se deu conta de que já não vale a pena acender velas para os chefes do Senado e da Câmara, já na reta final de suas presidências.
Conversa de Mandetta com embaixador foi factoide
Foi positiva, mas inútil, a conversa de Mandetta com o embaixador da China. É positivo tratar bem o maior cliente de produtos brasileiros, mas foi só um factoide: não é o governo chinês que vende produtos e sim empresas de comércio exterior, que compram a produção de indústrias chinesas, muitas delas estrangeiras. Na crise do Covid19, esses “traders” ignoram escrúpulos e contratos e vendem produtos a quem pagar mais.
Roda presa
É um vexame que só agora, 45 dias depois, o ministro da Saúde tenha conseguido contratar a produção de respiradores de fabricante brasileiro.
Coletivas repetitivas
Na coletiva de ontem, como na véspera, Mandetta se limitou a repetir informações velhas e a totalização dos casos informados pelos estados.
É a lei da selva
Não foi o governo chinês que cancelou compras de governos nordestinos e sim “traders” que desistiram da venda por contratos mais vantajosos.
Lorota de coletiva
Pedir ajuda do embaixador chinês na compra de produtos chineses é como pedir a um embaixador do Brasil, em qualquer país, para fazer empresários lhes vender produtos em condição mais vantajosa. Lorota.
Pós-pico
A Dinamarca tomou medidas de combate ao coronavírus cedo, em 11 de março fechou escolas, academias, restaurantes, e até fronteiras, mas já anunciou que gradualmente retoma a vida, abrindo negócios etc. Tem a 18ª taxa mundial de letalidade. O Brasil é atualmente a 62ª.
Tamos aí
A deputada Joice Hasselman (SP), líder do PSL na Câmara, disse que seu partido está disposto a “fumar o cachimbo da paz” com o presidente Jair Bolsonaro, neste momento de crise. Mas sem humilhações.
App inseguro
Além do primeiro-ministro inglês, Boris Johnson, o ex-presidente do Federal Reserve, o “banco central” dos Estados Unidos, Alan Greenspan, também usa o aplicativo Zoom para videoconferências.
Tempo indefinido
A diretoria de Itaipu prorrogou o home office de funcionários e a suspensão de visitas turísticas por tempo indefinido pelo coronavírus. Há 28 casos confirmados em Foz do Iguaçu, três hospitalizações.
DF procura soluções
O Biotic, parque tecnológico de Brasília, seleciona projetos de soluções tecnológicas no combate a pandemia do coronavírus, incluindo impactos econômicos e sociais. Projetos vencedores firmarão parceria com o órgão para pesquisa, captação de recursos e desenvolvimento.
Tá feia a coisa
A cobertura juvenil dos fatos políticos continua produzindo presepadas. Nesta quarta (8), a âncora de uma emissora de TV disse que a sigla do Departamento Nacional de Trânsito é “DNIT”. Na verdade, é Denatran.
Cobrança não tem isolamento
Empresas de cobrança não aderiram ao isolamento. Um leitor reclama que por causa de um débito de menos de R$ 50 de 10 anos atrás, passou a receber, na quarentena, ligações de contratados da Caixa.
Pensando bem…
… não custa lembrar: políticos não tiram do bolso um centavo dos bilhões anunciados para enfrentar o coronavírus. É tudo nosso.
PODER SEM PUDOR
Morfeu, deus do sono
Benedito Valadares, interventor de Minas, conversava com o amigo Ciro dos Anjos quando, de repente, levou a mão à boca, num longo bocejo: “Vou dormir, Ciro, entregar-me aos braços de Orfeu!” O amigo c “Faltou um M, doutor Benedito.” O interventor observou: “Orfeom é instrumento musical, Ciro. Eu estou é com sono mesmo…”
Com André Brito e Tiago Vasconcelos