O presidente da República, Jair Bolsonaro, determinou que a PF (Polícia Federal) e o Comando da Marinha investiguem as causas e as responsabilidades sobre as manchas de petróleo encontradas em mais de uma centena de praias no litoral nordestino.
O ato, publicado em edição extra do Diário Oficial no sábado (05), requisita ainda que em 48 horas sejam apresentadas a Bolsonaro as primeiras medidas adotadas sobre o tema. O ato determina que a PF e a Marinha entrem no caso “sem prejuízo de ações coordenadas com Exército, Aeronáutica e o Ministério do Meio Ambiente”, com cada órgão atuando “no âmbito de suas respectivas competências”.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou que irá ao Sergipe na segunda-feira para vistoriar praias afetadas junto com o governador do Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD). Praias de nove Estados da região Nordeste já foram atingidas pelo petróleo que começou a aparecer na costa no início de setembro. De acordo com o Ibama, já são quase 130 praias atingidas em todo o Nordeste em quase 60 municípios.
Um laudo sigiloso encaminhado pela Petrobras ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) aponta a hipótese de ser venezuelano o petróleo que tem sido encontrado na região. A Petrobras afirmou que o óleo encontrado não é dos tipos produzidos e comercializados pela empresa.
De onde veio o petróleo?
O Ibama afirma que uma investigação inicial, com o apoio dos bombeiros do Distrito Federal, apontou que se tratava de petróleo cru. Por conta disso, a Petrobras foi acionada para ajudar na apuração. Após análises, a Petrobras afirmou que o óleo encontrado não é produzido no Brasil, nem de responsabilidade da empresa, mas se prontificou a atuar na limpeza de praias a pedido do Ibama.
A Marinha afirmou por meio de nota que “o monitoramento de navios que passaram pelas águas jurisdicionais brasileiras, bem como análises sobre efeitos de correntes oceânicas na deriva e dispersão das manchas estão sendo realizadas, visando determinar sua localização, extensão e origem”.
A Petrobras disse ainda que “a análise realizada em amostras de petróleo cru encontrado em praias do Nordeste atestou, por meio da observação de moléculas específicas, que a família de compostos orgânicos do material encontrado não é compatível com a dos óleos produzidos e comercializados pela companhia”. Ainda em nota, a empresa disse que os testes foram realizados nos laboratórios do Cenpes (Centro de Pesquisas da Petrobras), no Rio de Janeiro.