Sexta-feira, 18 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 22 de agosto de 2019
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (22) que “estuda privatizar qualquer coisa no Brasil”, incluindo a Petrobras. Bolsonaro ressaltou, no entanto, que só tomará uma decisão em relação à estatal quando uma proposta for apresentada a ele.
“Vamos ver a proposta que vai ser apresentada para mim. Vamos ver a proposta que vai chegar até mim, daí eu falo. Paulo Guedes não mostrou ainda”, disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada. Questionado se não descarta, então, a venda da Petrobras, Bolsonaro afirmou que o governo “estuda tudo”:
“Estuda tudo. Tudo o governo estuda. Precisamos nos preparar para qualquer coisa. Estuda privatizar qualquer coisa no Brasil. Tudo é estudado, tudo é levantado, tudo é discutido. Você vai ter que analisar custo benefício, o que é bom para o Brasil e o que não é”.
Resistência no Ministério da Economia
Na quarta-feira (21), foi anunciada uma lista com 17 empresas que o governo pretende privatizar. A Petrobras não estava nela, mas o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o governo realizará estudos objetivos para analisar a possibilidade de privatização da empresa.
A ideia tem o apoio do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente da estatal, Roberto Castello Branco. A iniciativa, no entanto, encontra resistência no Ministério de Minas e Energia, ao qual a petroleira está vinculada.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro reclamou do preço do combustível, dizendo que está sendo diminuído na refinaria, mas que isso não chega para a população: “Quero saber por que diminui o preço na refinaria, que está diminuindo, e na bomba não diminui. O que tem que fazer para esse preço chegar na ponta. Está havendo cartel, não está, não sei. Não posso acusar sem ter mais informações. Mas é uma realidade. Não tem diminuído o preço na ponta”.
O presidente negou, contudo, que isso seja uma interferência na empresa: “Em nenhum momento eu falei abaixa o preço, aqui, lá acolá. É uma coisa que o povo todo, nas minhas redes sociais, tem reclamado”. Quando estava em campanha eleitoral, Bolsonaro chegou a admitir a privatização da Petrobras para conter a alta nos preços dos combustíveis.
Moro
Aliados do ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, estão “perplexos” com a mudança de tom em declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre o ministro. Ainda em 2018, depois de eleito, Bolsonaro disse que Moro teria “carta branca” para definir as equipes de órgãos da pasta e combater a corrupção.
O atual diretor-geral da PF (Polícia Federal), Maurício Valeixo, por exemplo, nomeado por Moro, tem o apreço pessoal do ministro. Mais cedo, nesta quinta-feira, contudo, Bolsonaro disse que quem escolhe o diretor-geral da PF é ele, e não Moro. Essa declaração foi recebida por aliados do ministro como uma tentativa de desgastar o ministro politicamente. “Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei que eu que indico, e não o Sérgio Moro. E ponto final”, afirmou o presidente.