O presidente Jair Bolsonaro vai enviar uma representação esvaziada para a 17ª Cúpula do G-20, em Bali, na Indonésia. O atual mandatário, assim como o vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro da Economia, Paulo Guedes, não irão comparecer a reunião do grupo formado pelos 19 países mais ricos do mundo e pela UE (União Europeia). A delegação será chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos França.
Até então, Bolsonaro havia participado de todas as cúpulas do G-20. Em 2019, estreou em Osaka, no Japão. Em 2020, discursou de Brasília, quando a reunião ocorreu por videoconferência, por causa da pandemia da covid. No ano passado, despediu-se ao liderar a comitiva brasileira em Roma, na Itália, ocasião em que foi flagrado deslocado na antessala reservada aos líderes.
Logo após a derrota para o ex-presidente Lula Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro se recolheu no Palácio da Alvorada e cancelou compromissos, inclusive internacionais. Passou a receber apenas alguns ministros e aliados, despachando da residência oficial, e não promoveu mais nem mesmo suas tradicionais lives semanais.
Além de França, a delegação brasileira incluirá o secretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos, Sarquis José Buainain Sarquis, e dois funcionários da Coordenação-Geral de G20 do Ministério das Relações Exteriores.
Um dos principais motivos da ausência do atual mandatário do Brasil seria o entendimento de que o foco da comunidade internacional é o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Até o momento, nenhum país havia agendado reuniões bilaterais com Bolsonaro.
Além de Bolsonaro, o presidente russo Vladimir Putin também confirmou sua ausência. Também há a possibilidade do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador não participar.
A cúpula do G20 costuma debater os principais temas internacionais, sendo considerada uma espécie de diretório do planeta.
É possível que, neste ano, não haja a tradicional foto com todos os líderes. Isso porque presidentes de países ocidentais avisaram que não apareceriam na foto caso algum representante russo fosse à cúpula. Mesmo com Putin de fora, a Rússia enviará o chanceler Sergey Lavrov.
Saiba mais
Criado no fim dos anos 1990, o G-20 é um dos mais importantes fóruns multilaterais econômicos, tendo participação das maiores economias e papel de destaque dos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais. Eles se reúnem ao longo do ano e preparam o evento principal, que desde a crise financeira de 2008 passou a reunir os chefes de Estado anualmente. Nas cúpulas, são discutidos acordos e coordenadas de ações internacionais entre os países. Os presidentes e primeiros-ministros também costumam aproveitar a ocasião para reuniões bilaterais.