Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de julho de 2023
“Muita gente ficou chateada com o Tarcísio, até eu. Mas vamos conversar, pô. Conversei com ele”, afirma.
Foto: Agência BrasilO ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (06), que “ficou chateado” com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pelo apoio público ao texto da reforma tributária. Aliado do ex-presidente, o chefe do Executivo paulista disse que concorda com “95%” do texto da reforma após se encontrar com o ministra da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
“Muita gente ficou chateada com o Tarcísio, até eu. Mas vamos conversar, pô. Conversei com ele”, afirma.
Um interlocutor de Bolsonaro afirmou que “Tarcísio deveria prestar atenção no recado”, sob o risco de “perder totalmente o apoio do bolsonarismo”. O governador tem sido cobrado por sua base nas redes sociais a retirar o apoio. O governador de São Paulo vem sendo chamado por alguns usuários de “traidor”.
Bolsonaristas se irritaram com o fato de Tarcísio ter demonstrado apoio à reforma ao lado de Fernando Haddad. O ministro da Fazenda, por sua vez, elogiou a postura de Tarcísio em colocar os “interesses nacionais acima de questões regionais e partidárias”.
O ex-ministro de Bolsonaro, considerado seu herdeiro na política após a inelegibilidade, foi hostilizado nessa quinta-feira (6) em uma reunião do PL, o partido de Bolsonaro, após costurar um acordo com o governo Lula para aprovar a reforma tributária.
“O Tarcísio não tem, com todo o respeito, uma experiência política que muitos de vocês têm. Nós não queremos, nesta proposta que tá aí, dizer que vai ser melhorada por emendas. Não tem garantia nenhuma de aprovação. O que o Tarcísio está expondo e eu conversei longamente com ele, é essas possíveis emendas entrarem agora no corpo da PEC”, afirmou Bolsonaro durante a reunião com integrantes do PL.
De acordo com relatos da reunião do PL, Tarcísio foi interrompido várias vezes pelo deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP). O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, teve de intervir.
Nos últimos dias, aliados de Bolsonaro torpedearam o projeto em uma série de publicações. O ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, publicou em nome do ex-chefe um texto cobrando oposição plena aos projetos do governo Lula no Congresso:”a todos aqueles que se elegeram com nossas bandeiras de ‘Deus, Pátria, Família e Liberdade’, peço que votem contra a PEC da Reforma Tributária”.
“Não à Reforma Tributária. Lula se reúne com o Foro de SP (criado em 1990 por Fidel Castro, Lula, FARC, …), diz ter orgulho de ser comunista, que a Venezuela impera a democracia, é amigo de Ortega que prende padres e expulsa freiras, seu partido fez ferrenha oposição a nós por 4 anos e comemorou a minha inelegibilidade. Só por isso, caso fosse deputado, votaria ao longo de todo o meu mandato contra tudo que viesse do PT”, diz o texto assinado por Bolsonaro.