Segunda-feira, 30 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de março de 2024
A defesa de Jair Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana a devolução do passaporte do ex-presidente, apreendido em fevereiro durante operação da Polícia Federal.
Na solicitação encaminhada ao Supremo, a defesa do ex-presidente defende a autorização para que Bolsonaro viaje a Israel, entre os dias 12 e 18 de maio.
Segundo os advogados, Jair Bolsonaro recebeu, recentemente, o convite do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para visitar o país, mas ainda aguarda autorização do Supremo.
O pedido é o segundo enviado pelos advogados de Bolsonaro ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
O passaporte de Bolsonaro foi apreendido em fevereiro, a pedido da Polícia Federal na Operação “Tempus Veritatis”, que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder.
Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes também proibiu o ex-presidente de manter contato com outros investigados.
Em 14 de fevereiro, o advogado Paulo Cunha Bueno, que representa Bolsonaro, anunciou que havia pedido a devolução do documento a Moraes. À época, ele classificou a decisão como “absurda” e disse que o ex-presidente “nunca deu qualquer indício de que se evadiria”.
“Absurda a decisão visto que o presidente nunca deu qualquer indício de que se evadiria, sempre comparecendo a todas as intimações para depor. Bem pelo contrário, quando [Bolsonaro] foi à Argentina para a posse do presidente Javier Milei, eu mesmo tomei a cautela de informar [a viagem] ao STF, evidenciando que [o ex-presidente] sempre respeitou as investigações em andamento”, disse.
Moraes enviou o pedido para análise da Procuradoria-Geral da República. A solicitação deve ser julgada pela Primeira Turma do Supremo ou pelo plenário da Corte, mas ainda não há data para isso ocorrer.
Convite
Netanyahu fez novo convite ao ex-presidente para que visitasse o país nos dias 14 a 18 de maio. A data coincide com as comemorações do Dia da Independência de Israel, chamado de Yom HaAzmaut.
Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, a carta de Netanyahu foi enviada em 26 de fevereiro, uma semana depois do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, ter sido declarado “persona non grata” em Israel após comparações dos ataques do país a Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial.
No documento, o primeiro-ministro israelense afirmou que durante o mandato de Bolsonaro, as relações entre Brasil e Israel “atingiram novos patamares”. Ele também referenciou a manifestação na Avenida Paulista, que ocorreram em 25 de fevereiro, um dia antes do ex-presidente receber a carta.