Com previsão de alta para a próxima sexta-feira (28), o candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, não terá nenhuma contraindicação médica que o impeça de participar do últimos dois debates eleitorais. No próximo domingo (30), o debate será na TV Record. Na TV Globo, o debate está marcado para quinta-feira da semana que vem. O cirurgião Antonio Luiz Macedo, chefe da equipe médica que acompanha o presidenciável no Hospital Albert Einstein, afirmou que Bolsonaro deixará o local em “ótimas condições”, mas caberá a ele decidir sua agenda de campanha.
“Logo ele se recupera, e ele mesmo decide o que ele vai fazer (sobre participar ou não dos debates)”, disse o médico. Questionado se haverá alguma recomendação médica para que Bolsonaro não compareça aos debates, o cirurgião disse que não.
“Não, não vai ter (recomendação médica para ele não participar). Depende apenas se ele estiver se sentindo bem. Veja bem, foi uma tentativa de assassinato. Não foi uma facada de um louco, foi uma facada de um assassino. O cara girou a faca dentro dele”, observou o cirurgião. Bolsonaro sofreu um atentado no dia 6 de setembro, quando fazia campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.
De acordo com aliados, Bolsonaro tem demonstrado desejo de participar dos últimos debates, mas é desestimulado por exigir muito esforço. A transferência para a casa do presidenciável no Rio não exigirá uma aeronave especial. Segundo assessores próximos, a campanha está providenciando passagens aéreas em um voo comercial.
“Ele está perfeito. Só teve aquela segunda cirurgia de urgência, mas agora ele está ótimo”, disse Macedo, afirmando que a viagem poderá ser feita sem problemas. Em casa, Bolsonaro seguirá, por recomendação médica, com dieta leve, fisioterapia, exercícios respiratórios e caminhadas. De acordo com o cirurgião, a bolsa de colostomia poderá ser retirada em uma nova cirurgia em novembro.
Manifesto
Depois de divergências na campanha, a equipe do candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro, começou a divulgar nesta terça-feira (25) de forma pulverizada o manifesto para tentar neutralizar críticas e amenizar a imagem de antidemocrático e radical do presidenciável.
Nas primeiras mensagens publicadas no Twitter, a campanha procurou mostrar um candidato crítico a divisões da sociedade e destacou que, em um eventual governo, o Bolsa Família será mantido.
Na segunda-feira (24), o jornal “O Estado de S. Paulo” informou que o formato do chamado “Manifesto à Nação” estava em discussão. As versões do material preparadas por aliados – e avaliadas pelo próprio candidato – tentam reduzir críticas feitas a ele por declarações polêmicas nas questões de gênero e na área econômica.
O próprio Bolsonaro reiterou que um documento nos moldes da “Carta ao Povo Brasileiro”, divulgada em 2002 pela campanha de Lula à Presidência para acalmar o mercado, poderia irritar seu eleitorado. Assim, a campanha começou a preparar mensagens com intuito de não perder o tom de crítica à esquerda. As mensagens divulgadas na rede social têm um formato diferente – trazem uma foto do candidato e o texto entre aspas, como se fosse uma frase, assinada por Jair Bolsonaro.