Quarta-feira, 01 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2018
Nesse domingo, o presidente eleito Jair Bolsonaro rejeitou a proposta de criar uma espécie de Revalida para médicos formados no Brasil. A ideia havia sido defendida, horas antes, pelo futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), em entrevista à imprensa.
Na avaliação do político do PSL, a iniciativa poderia ter consequências parecidas às do exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A prova é obrigatório para que os bacharéis em Direito possam atuar como advogados no País e tem índices altos de reprovação.
“Eu sou contra Revalida para médicos brasileiros, está ok?”, frisou Bolsonaro. “Ele [Mandetta] está sugerindo um Revalida, inclusive com uma certa periodicidade, mas isso vai acabar desaguando na mesma situação que acontece com a OAB. Nós não podemos formar jovens no Brasil, cinco anos no caso das faculdades de Direito, para depois submetê-los a serem ‘boys de luxo’ em escritórios de advocacia.”
A manifestação que gerou a reação havia sido feita pelo futuro ministro em entrevista ao jornal “O Globo” nesse fim-de-semana. Mandetta defendeu a avaliação de médicos brasileiros e disse que o governo deveria encaminhar uma proposta sobre o tema ao Congresso Nacional.
“Precisa haver esse debate no Legislativo”, defendeu. “A gente tem que ir para a certificação das faculdades e ter um nível mínimo de formação dos nossos profissionais. Inclusive, se o médico brasileiro é formado nos EUA, na Bolívia, na Argentina ou na Coreia do Sul, ele faz a mesma prova. Eu não tenho por que cobrar conhecimento diferente do médico brasileiro e do de fora.”
Primeiro escalão
Bolsonaro ainda projetou anunciar todo o ministério do futuro governo nos próximos dias. Nomes para pastas importantes, como as da área de infraestrutura, ainda não foram anunciados. “Os nomes que aparecem têm que estudar. Espero até o final do mês estar resolvida essa questão dos ministérios”, projetou.
O presidente eleito também mandou neste domingo um recado para o Congresso ao abordar votações importantes de sua futura gestão: “As votações importantes não são para o presidente, nem para o Parlamento. São para o Brasil. Vai da consciência de cada um. O que nós decidimos desde que comecei minha campanha, há quatro anos, é que faria uma política diferente. Se vai dar certo, espero que sim. Mas fazer a mesma política vai dar errado”.
Em relação à sua saúde, Bolsonaro comentou o adiamento da cirurgia que retirará a bolsa de colostomia usada por ele desde que sofreu um atentado a faca durante um ato de campanha em Juiz de Fora, em setembro. O procedimento só deve ocorrer no dia 20 de janeiro.
“Estou chateado mas não posso forçar a barra”, ponderou. “Se eu fizer a cirurgia hoje, poderia ter que refazer a colostomia”, lamentou.
Participação em evento
Nesse domingo, Jair Bolsonaro esteve na Escola de Educação Física do Exército, no bairro da Urca, Zona Sul do Rio de Janeiro, a fim de participar do 10° Encontro do Calção Preto, que reúne antigos e atuais comandantes, instrutores, professores e alunos da instituição.
O presidente eleito chegou à instalação militar às 11h10min, escoltado por agentes da Polícia Federal. De acordo com o Centro de Capacitação Física das Forças Armadas, o evento tem como objetivo “relembrar momentos inesquecíveis passados” na unidade. Bolsonaro participou de todas as edições até hoje, segundo representantes militares.