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Bolsonaro repete que prorrogará o auxílio emergencial ao inaugurar a usina de deputada do Centrão

"Eu não tenho problemas nem com Rodrigo Maia nem com Paulo Guedes. Temos, às vezes, desentendimento, o que é natural", disse o presidente. (Foto: Marcos Corrêa/PR)

O presidente Jair Bolsonaro repetiu no sábado (29), que o governo pretende prorrogar o auxílio emergencial pago a informais e desempregados até o fim deste ano, com um valor menor que os R$ 600 atuais, mas superior a R$ 200. O presidente passou a semana em reuniões com ministros, incluindo o da Economia, Paulo Guedes, para tratar do assunto e também do Renda Brasil, programa que será lançado para substituir o Bolsa Família. Segundo o jornal Estadão já informou, o valor das próximas parcelas do auxílio deve ficar em torno de R$ 300.

“Ele é pouco para quem recebe e muito para quem paga. Vocês gastam por mês R$ 50 bilhões neste auxílio. Nós pretendemos, com um valor menor, que obviamente não será R$ 600, mas também não será R$ 200, prorrogá-lo até o final do ano e com isso fazer com que a economia volte à sua normalidade”, disse Bolsonaro durante cerimônia pública em Caldas Novas (GO) de inauguração de uma usina solar.

A dois dias de enviar ao Congresso Nacional a proposta de Lei Orçamentária Anual de 2021, Bolsonaro disse que o governo passa por restrições orçamentárias sérias. A Esplanada vive uma disputa política interna por recursos, que, na sexta-feira (28), levou o Ministério do Meio Ambiente a dizer que paralisaria o combate a incêndios e desmatamento, por causa do bloqueio de verbas. Depois da declaração de Salles, o governo logo anunciou o desbloqueio.

De olho no apoio do agronegócio, Bolsonaro citou durante o evento a construção de ferrovias e disse que até o fim deste ano ou no começo do ano que vem o governo deve concluir a Ferrovia Norte Sul do Maranhão ao Porto de Santos (SP). Ele também citou obras da Fiol, da Malha Paulista e da Transnordestina. “Estamos fazendo o possível com os poucos recursos públicos que temos. O Brasil é um País que deve muito e gostaríamos de fazer muito mais, mas temos restrições orçamentárias bastante sérias”, afirmou o presidente.

O presidente inaugurou uma usina de energia solar do Grupo DiRoma, de propriedade da deputada do Centrão Magda Mofatto (PL-GO), dona de um patrimônio declarado de R$ 28 milhões. Ele portava uma espécie de dossiê sobre a vida da deputada e que destacava que eles “convergiam” nas opiniões. O documento foi preparado pelo Gabinete Adjunto de Informações da Presidência. Bolsonaro destacou que ela nem sempre vota com o “politicamente correto” e, sim, de acordo com interesses do Brasil.

Ao subir ao palanque para a cerimônia, Bolsonaro tropeçou e caiu. Ele se apoiou na estrutura tubular de ferro para se reerguer. O presidente disse considerar difícil empreender no País e defendeu um “Brasil mais leve, com menos burocracia, menos regras”.

A deputada agradeceu isenções de impostos que beneficiaram seu grupo, formado por uma ampla rede de hotéis e parques aquáticos, bem como um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedido ainda no regime militar.

Ex-prefeita de Caldas Novas, Magda Mofatto disse que só não encerrou atividades por causa de recursos liberados pelo governo Bolsonaro a empresários. Ela elogiou o auxílio emergencial de R$ 600 e pediu palmas a Bolsonaro pelo “socorro” a todo o País durante a pandemia do novo coronavírus. “Infelizmente o STF (Supremo Tribunal Federal) tirou do governo federal as decisões tomadas no enfrentamento da covid-19, mas mandou a conta”, disse a parlamentar.

A deputada destacou a “simplicidade e a humildade” do presidente e disse que ele continua o mesmo dos tempos de deputado em que comiam “arroz com feijão e carne moída” na casa do hoje ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM). Ela criticou “governos corruptos”. Bolsonaro discursou ao lado do pátio com 16.578 placas fotovoltaicas em Caldas Novas, cidade turística conhecida por parques aquáticos e águas termais no interior de Goiás.

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