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Política “Bolsonaro sabia do plano de golpe”, diz o diretor da Polícia Federal

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"Não é voz da minha cabeça. Está lá, está documentado", disse Andrei Rodrigues.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
"Não é voz da minha cabeça. Está lá, está documentado", disse Andrei Rodrigues. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, afirmou nesta quarta-feira (4) que há “vários elementos” que mostram que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia do plano de tentativa de golpe de Estado, que ameaçou a democracia entre o fim de 2022 e o início de 2023, após a vitória do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas.

“Sim, o ex-presidente sabia da trama golpista. […] É uma investigação muito responsável. Não é voz da minha cabeça. Está lá, está documentado. Tudo o que o que está posto ali tem sustentação fática”, afirmou durante café da manhã com jornalistas, em Brasília.

Bolsonaro e outras 36 pessoas foram indiciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Na ocasião, Rodrigues ele foi questionado sobre o plano “Punhal Verde Amarelo” — que previa uso de veneno e explosivos para matar Lula, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

“Não é esse o único elemento indiciário ali. Do conhecimento, da participação do ex-presidente. Há vários outros elementos ao longo do relatório que apontam para esse conhecimento, essa participação, conforme o colega [delegado] extensamente comprovou e relatou com vários elementos de prova, com depoimentos”, afirmou.

O diretor reforçou que não estava se referindo ao plano de matar autoridades, também revelado no relatório da PF.

“O que a gente está falando é de uma trama de golpe, esse é o crime que está sendo investigado, tentar abolir o Estado Democrático de Direito. Esse é o crime. E todos os elementos de provas indicam que sim [Bolsonaro sabia]. Não sou eu quem está dizendo isso, o colega relatou o inquérito, está lá”, emendou.

O relatório afirma ainda que o golpe não foi consumado por “circunstâncias alheias” à vontade do ex-presidente e que os investigados atuavam desde 2019 para manter Bolsonaro do poder. O indiciamento de Bolsonaro está agora sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode – ou não – oferecer denúncia contra o ex-presidente.

Sobre a avaliação da PGR, Andrei disse estar “absolutamente seguro do conteúdo e da qualidade do trabalho que a Polícia Federal produziu”.

Na semana passada, o ex-presidente Jair Bolsonaro chamou o inquérito que apura um plano de golpe para mantê-lo no poder de “historinha”. Segundo ele, a investigação é uma “narrativa inventada” pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, com a PF.

“Não acredito nessa historinha de golpe. Golpe em que ninguém viu um soldado sequer na rua. Um tiro. Ninguém sendo preso. Alexandre de Moraes fica inventando narrativa com a Polícia Federal bastante criativa”, disse em conversa com apoiadores em Alagoas no sábado (23).

 

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