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Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2022
Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar ação que contestava sua derrota eleitoral no segundo turno, o presidente Jair Bolsonaro convocou uma reunião com os comandantes das Forças Armadas no Palácio da Alvorada. Estiveram presentes também ministros e o candidato a vice-presidente, general Braga Netto.
A reunião não constava da agenda de compromissos de Bolsonaro, que vem se mantendo no Alvorada a maior parte do tempo desde a derrota para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em 30 de outubro.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a avaliação de generais do Exército é de que o caminho do presidente para contestar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes, que multou o PL em quase R$ 23 milhões e bloqueou o fundo partidário da sigla, é interpor recursos no próprio TSE ou no STF.
No meio militar, a ação do PL foi vista como uma forma de elevar a temperatura dos atos de viés intervencionista que se acumulam no entorno de quartéis pelo País. Os oficiais militares já esperavam que ela não prosperaria, pois entendem que o argumento principal, a impossibilidade de identificação das urnas, não se sustentava nos fatos.
No entanto, os oficiais-generais mantêm críticas à atuação da Justiça e, sobretudo, de Moraes. Eles entendem que deveria haver uma esforço de comunicação do TSE, para que fosse explicado à população de forma clara e simples, as razões para rejeição da ação e que há segurança no sistema eletrônico de votação.
Integrantes do generalato da ativa afirmam que, em vez de apenas publicar a decisão judicial, as justificativas que a embasaram deveriam ter sido amplamente publicizadas pela equipe técnica da Corte, de forma a dirimir dúvidas e questionamentos.
Na caserna, é majoritário o entendimento de que os manifestantes bolsonaristas não confiam no TSE e consideram a eleição viciada, por atuação que julgam te sido parcial das instâncias superiores do poder Judiciário. Por causa da pecha de golpistas eles passaram a reforçar outras pautas nas manifestações em que ameaçam impedir a posse de Lula e pedem socorro às Forças Armadas. São elas: censura e a ditadura da toga.
Desde o resultado das urnas, os comandantes não haviam participado das reuniões no Alvorada. Também não assinaram notas nem o resultado da fiscalização realizada por militares sob a chefia do ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira de Oliveira.
Por outro lado, generais da ativa disseram, sob reserva, que o sistema se mostrou consistente, e ressaltaram que nenhuma evidência de fraude foi encontrada, nem sequer provada.
Quando assinaram nota a respeito das manifestações, em defesa de que ocorressem dentro da legalidade e com críticas ao que consideram exageros do Judiciário e omissão do Legislativo, os comandantes não citaram o resultado das eleições, porque, segundo oficiais que elaboraram o texto, consideram o processo eleitoral e a transição de governo dentro da normalidade.
Primeira viagem
Após o encontro, a Presidência da República informou que Bolsonaro fará sua primeira viagem após a derrota eleitoral. Ele irá, neste sábado (26), à formatura de 395 cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ).
A unidade também teve concentração de manifestantes bolsonaristas inconformados com a eleição de Lula. Segundo o Palácio do Planalto, Bolsonaro estará acompanhado de oficiais-generais das três Forças Armadas, além de autoridades do Legislativo e do Judiciário.