Durante a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Japão, ele e o presidente da França, Emmanuel Macron, tiveram um encontro de 20 minutos durante o G20. Bolsonaro sinalizou a Macron que o Brasil vai continuar no Acordo do Clima de Paris e disse esperar o apoio da França para o acordo de livre comércio da União Europeia com o Mercosul. A posição do presidente brasileiro reforça o compromisso sobre o tema firmado pelos Brics (grupo com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Nesta quinta-feira (27), Macron havia dito que não assinaria nenhum acordo comercial com o Brasil caso Bolsonaro se retirasse do acordo climático de Paris, ameaçando colocar um entrave nos trabalhos das negociações comerciais UE-Mercosul. Assinado em dezembro de 2015, o Acordo de Paris criou metas para que os países consigam manter o aquecimento global abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC. O tratado mundial prevê a redução da emissão de gases que aumentam a temperatura do planeta. Os países ricos devem garantir um financiamento de US$ 100 bilhões por ano, e os compromissos deverão ser revistos a cada 5 anos. Em 2020 haverá uma nova reunião-chave internacional para calibrar as metas e garantir uma melhor preservação do planeta.
No ano passado, durante a campanha eleitoral, Bolsonaro disse que poderia retirar o Brasil do Acordo de Paris. Quando já eleito, em dezembro, afirmou que só sairia se o acordo não fosse alterado. Já no início do ano, em encontro com executivos no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, o presidente disse que, por ora, o Brasil não deixaria o acordo. Na reunião com Macron, Bolsonaro também discutiu temas como relações na fronteira Brasil-Guiana Francesa e aproximação na área de defesa.