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Bolsonaro segue na UTI e tem “boa evolução clínica”, informa boletim médico

Bolsonaro segue sem previsão de deixar a UTI. (Foto: Alan Santos/PR)

A equipe médica responsável pela cirurgia de Jair Bolsonaro divulgou novo boletim sobre o estado de saúde dele, na tarde desta segunda-feira (14). O ex-presidente passou por cirurgia de mais de 12 horas no domingo.

Segundo o texto, Bolsonaro está sem dor e sem sangramentos. O texto da instituição hospitalar afirma que ele sentou-se no leito e iniciou deambulação assistida, ou seja, auxílio para levantar e andar. Ele segue sem previsão de deixar a unidade de terapia intensiva (UTI).

“O Hospital DF Star informa que o ex-presidente Jair Bolsonaro encontra-se internado na unidade de terapia intensiva (UTI), em acompanhamento pós-operatório de cirurgia de lise de extensas bridas e reconstrução de parede abdominal. Apresenta-se com boa evolução clinica, mantendo-se acordado, orientado, sem dor, sangramentos ou outras intercorrências. No decorrer do dia, sentou-se no leito e iniciou deambulação assistida, sem previsão de alta da unidade de terapia intensiva”, diz a íntegra do boletim.

Mais cedo, em entrevista coletiva, os médicos afirmaram que o resultado da intervenção foi satisfatório, mas que não há ainda uma previsão de saída da unidade de terapia intensiva (UTI). A expectativa, no geral, é de uma internação hospitalar de pelo menos duas semanas. O ex-presidente está se alimentando por via intravenosa no momento, está acordado e “consciente”, segundo os médicos.

“Expectativa é que Bolsonaro tenha uma vida sem restrições, mas o pós-operatório deve durar de dois a três meses. Nossa expectativa é que ele fique pelo menos duas semanas internado. É uma previsão que será reavaliada com a evolução”, disse o médico Cláudio Birolini, chefe da equipe.

Ele acrescentou que a cirurgia foi necessária porque a distensão no abdome de Bolsonaro não cedia.

“Grosso modo, o abdome dele é um ambiente hostil, pelas cirurgias prévias e a facada recebida. Para se ter ideia, foram necessárias duas horas de cirurgia só para acessar a parede abdominal dele. O intestino estava sofrido, o que nos leva a crer que ele já estava com esse quadro há meses. Isso contribuiu para a decisão de intervenção cirúrgica. Esperamos que ele não precise de uma nova cirurgia nas próximas horas. Novas aderências vão se formar, isso é esperado”, acrescentou Birolini.

Outro integrante da equipe médica, o cardiologista Leandro Echenique evitou falar sobre uma previsão de alta hospitalar e informou ainda que não há “sequer previsão de Bolsonaro sair da UTI”. Em post nas redes sociais na madrugada, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro havia afirmado que ele tinha seguido para o quarto. Os médicos explicaram que ela quis se referir ao fato de Bolsonaro ter deixado o centro cirúrgico e ido para o quarto da UTI.

“A cirurgia foi extremamente complicada, havia muitas aderências. O procedimento terminou muito bem, com resultado excelente”, disse Echenique.

“É claro que isso implica em alguns cuidados de pós-operatório, que será acompanhado nos próximos dias. Não houve complicação, era um procedimento complexo. O organismo do paciente tem uma resposta inflamatória, é comum, e pode levar a intercorrências, como infecções e aumento de pressão. Ele precisa de medidas específicas, pelo aumento do risco de trombose. Vai ser um pós-operatório delicado e prolongado. Não há qualquer previsão de alta”, completou.

Uma das preocupações da equipe é com a agenda atribulada de Bolsonaro, que costuma viajar o País em compromissos políticos.

“O presidente tem uma agenda muito extensa, é difícil segurá-lo para viagens. Tentaremos segurar enquanto pudermos para a recuperação”, disse Birolini.

Bolsonaro foi submetido no domingo a uma cirurgia para desobstruir parte do intestino no hospital DF Star, em Brasília. A intervenção de “grande porte” para descolar as chamadas “aderências” no órgão e reconstruir a parede abdominal durou cerca de 12 horas e foi concluída sem intercorrências, segundo a equipe médica responsável.

O ex-presidente passou por uma “laparotomia exploradora”, procedimento que consiste em cortar o abdome para examinar os órgãos internos. No caso do ex-presidente, houve o diagnóstico de retenção do trânsito do intestino. O objetivo, então, foi desfazer as “aderências” que bloquearam a digestão do paciente. Depois, houve a reconstrução da parede abdominal, feita para reforçar a musculatura dessa parte do corpo.

“O procedimento de grande porte teve duração de 12 horas, ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue”, informou um trecho do comunicado dos médicos que fizeram o procedimento no DF Star.

Os profissionais acrescentaram que a obstrução intestinal era resultante de uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita durante o procedimento. Bolsonaro foi encaminhado para a UTI e, segundo os médicos, está “estável clinicamente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções”.

Bolsonaro passou mal na última sexta-feira, no Rio Grande do Norte, após sentir os efeitos da retenção intestinal e foi transferido no dia seguinte para o Distrito Federal. A operação começou pouco depois das 10h de domingoe terminou por volta das 21h. O problema de saúde do ex-presidente é uma sequela do ataque a faca contra ele há sete anos, durante a campanha de 2018.

As informações são do portal de notícias O Globo.

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